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Quando uma ideia não lhes agrada, os energúmenos não a discutem: fazem ruído até calar o opositor.

por FJV, em 02.03.16

Henrique Raposo escreveu um livro, Alentejo Prometido (Fundação Francisco Manuel dos Santos), a lançar no próximo dia 8 de março. A galeria onde iria decorrer a apresentação anunciou que já não recebia a sessão – que foi transferida para uma livraria – “por causa da polémica” que rodeia a sua publicação. Esta “polémica” reduz-se a um coro de insultos – aos milhares – contra Henrique Raposo e o seu livro através de uma coisa chamada Facebook, onde a gritaria se confunde com a gritaria até nada poder ser escutado. Desde há séculos que Portugal ganhou o gosto pela proibição, pela perseguição e pela censura – é a história da inquisição, da violência censória e do primitivismo inteletual durante as nossas várias ditaduras. Quando uma ideia não lhes agrada, os energúmenos não a discutem: fazem ruído até calar o opositor, impõem o medo do debate e cacarejam. O politicamente correto português consola-se com este ruído porque não gosta de discutir, nem sabe confrontar ideias com ideias; o insulto na internet e a excomunhão ficam mais baratos. O medo da liberdade prefere a censura e a correção política.

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