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Eco.

por FJV, em 22.02.16

Depois do fim de semana, Umberto Eco morreu na mesma. Os elogios fúnebres devoram-se, uns a seguir aos outros (dissemos adeus a Harper Lee), e os jornais não escapam à espiral da morte. Mas Umberto Eco demorará a desaparecer – era um sábio, um ironista e um filósofo. Também um romancista desocupado (depois de O Nome da Rosa, O Pêndulo de Foucault e A Ilha do Dia Antes, suas obras maiores de ficção), mas nunca um observador distraído. Entrevistei-o em Portugal, para a televisão, em 1986, com Eduardo Prado Coelho – o seu riso ficou na minha memória até hoje, bem como o seu prazer em fazer pensar – é disso que fala O Pêndulo de Foucault, por exemplo, um delírio sobre a trafulhice inteletual. A arte de pensar vem de A Obra Aberta, Lector in Fabula, Apocalípticos e Integrados, essa pérola que é A Passo de Caranguejo, e até da sua tese sobre a beleza e a estética medievais. Leitor gigante, apaixonado e desiludido – porque havia sempre outro livro, outro labirinto, outro mistério, outro risco a correr. Os que, na academia, lhe desaprovavam o gosto pelos outros nunca entenderão a sabedoria dos céticos.

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O inspector Jaime Ramos e a vaidade humana.

por FJV, em 22.02.16

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Vaidade é vaidade. Os muitos nomes do Inspector Jaime Ramos:

Cinco mortos, cinco corpos. Eu, um dia, se for personalidade importante, dessas de dar medalhas, dava uma, de muito mérito, aos livros policiais. Um livro policial português é um artigo de primeira necessidade. Dos simples, desses de autores portugueses que nos anos 1950 inventavam detetives americanos, às histórias do inspetor Ramos, são sempre exercícios de lógica. Essa lógica que nos falta como sossego em Aleppo. Eu, um dia, se empregar pessoas que precisam de julgar (jornalistas, polícias, juízes e analistas políticos), fazia-lhes um exame prévio que era só isto: «Então, diga lá que livros policiais já leu?»

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