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De que é feita a literatura, o romance? De histórias e de personagens; no fundo, de personagens reais em situações fictícias e de personagens fictícias em situações reais. E também da imaginação dos autores – a sua capacidade de reconstruir (destruir e construir) o mundo. Nem todos os autores acreditam na fórmula «história & personagens», certamente redutora e pobre – por isso há o resto da arte, a procura do sublime, a interrogação do invisível e do imperfeito, tentativa sobre tentativa, revelação sobre revelação. No caso da saga de Harry Potter, a fórmula clássica funcionou num mundo de artefactos e desejos: bruxarias, poderes mágicos, regresso a um mundo onde a infância era aventurosa e conhecia abismos proibidos. Sim, tudo pobre, ludibriando o jogo de imprevisíveis. J.K.Rowling anuncia agora um oitavo livro da série (Harry Potter and the Cursed Child), porque as suas personagens ultrapassaram o limite da vida em papel e o mercado de leitores quer saber mais sobre o que lhes aconteceu depois de Hogwarts e do combate com Voldemort. Primeiro, uma peça de teatro em Londres; agora, o livro, que não será um romance, mas o guião da história, a sair a 31 de julho. O dia de aniversário de Harry Potter.
Na coluna diária.
Alison Lurie sobre Harry Potter, na New York Review of Books.
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