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Em 1965, o Nobel da Literatura foi parar às mãos do soviético Mikhail Cholokhov (1905-1984), autor de O Don Tranquilo, uma epopeia bolchevique (cinco volumes em Portugal), prémio Lenine em 1940, eleito para o Comité Central do PC da URSS em 1961, um aparatchik de Brejnev, além de plagiador – e uma das vozes que se ergueu para insultar Boris Pasternak quando este, em 1958, foi obrigado a recusar o Nobel (com Doutor Jivago) e remetido a exílio interno. Sete anos depois, medricas, a Academia Nobel atribuiu o prémio a Cholokhov para pacificar a coisa. Nesse ano, os inteletuais alinhados com a URSS eliminaram da lista de candidatos nomes como Borges, Nabokov, W.H. Auden, Durrell, Beckett, Somerset Maugham ou Anna Akhmatova. Tudo isto se soube com a abertura de documentos mantidos em segredo até agora. Ah, a vida literária.
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