Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Os corpos dos cinco terroristas do Setembro Negro (mortos em Munique), recebidos em festa em Trípoli, na Líbia. 1972 – depois de terem assassinado os atletas israelitas.
Os três terroristas do Setembro Negro, sobreviventes em Munique, recebidos em festa em Trípoli, Líbia. Foram libertados pela Alemanha na sequência do sequestro de um avião da Lufthansa (Beirute-Frankfurt) — onde só viajavam 12 pessoas, numa operação encenada pela Alemanha e pela OLP.
Texto publicado a 11 de novembro, dois dias antes dos atentados de Paris: A larguíssima maioria dos portugueses pensa que o Estado Islâmico é obra de malucos vestidos de negro que entoam as graças do Profeta e se divertem a retalhar a Síria e o Iraque. Não apenas ali – escondem-se na Europa, atuam às claras em África e veladamente noutros países do Oriente Médio. Como a maior parte dos seus crimes e violências são cometidos sobre africanos e deserdados da Síria e do Levante, os europeus pensam que é uma coisa distante (a imprensa portuguesa transformou alguns dos celerados em estrelas e aventureiros); por isso discutem a questão dos refugiados como se se tratasse apenas de matéria de segurança social. Um vídeo agora divulgado mostra-nos uns desses homicidas de Alá a chacinar 200 crianças sírias. Pelas costas. Os do califado prometeram estes crimes há dois séculos. Não podemos tratá-los apenas como malucos.
Em Torre de Moncorvo (9 mil habitantes, números redondos), os verões são inclementes, abafados, bonitos – e trabalhosos (vindimas e apanha da amêndoa decorrem em setembro); os invernos são gelados (há a azeitona), mas não há primavera igual, explodindo de cor e cheiro da terra. Outros dados: a população é metade da de 1900 e de 2001 a 2011 decaiu em redor de 13%, de modo que 34,4% dos habitantes tem mais de 65 anos (só 9% entre os 15 e os 24). O que faz o Estado por Moncorvo? Entre outras generosas benesses, dá-lhe 5 médicos para o centro de saúde, uma fartura – mas há apenas 3 (com o inverno ficará apenas com dois, um vai de férias, noticia o CM). De certa maneira, os moncorvenses são refugiados no interior do país; a sua solidão, génio e malandrice vêm nos livros de J. Rentes de Carvalho, mas custa ver como o país os abandona.
Não faltou quem pedisse, nessa longa noite de sexta para sábado, ainda as vítimas não estavam contadas, que não tivéssemos medo e que não cedêssemos à xenofobia e à islamofobia. Sobre o medo: a Europa não será a mesma, salvo nos discursos de políticos que salvam a pele, ou nos que vivem na Gronelândia; sim, temos medo, mas viveremos de pé. Acerca da islamofobia, o seguinte: o jihadismo islâmico espalhou, nas duas últimas semanas, atentados no Sinai, na Turquia e no Líbano, antes de regressar a Paris. Um total de 400 mortos, louvados nas mesquitas salafitas e nas redes radicais e acompanhado de ameaças futuras e passadas. As futuras têm como alvo a nossa vida; as passadas estão no próprio islamismo, a perversão teocrática muçulmana que promete devorar cristãos, judeus, infiéis de toda a espécie, negros e brancos, mulheres sem véu ou a música que os atormenta; é esse o seu programa, escrito e publicado. O primeiro alvo deve ser essa galáxia de pregadores radicais espalhada por todos os países da Europa, de Granada a Finsbury Park; eles reduziram o Corão à espada e ocupam o vazio de onde a Europa se ausentou.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.