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Começou a contagem decrescente para a saída de Lopetegui. Uma equipa sem treinador devia ser proibida de jogar na I Liga.
Robert Shiller e Arthur Akerlof, ambos Nobel da economia, não foram apenas os autores de um livro interessante, mas altamente discutível, sobre como a psicologia é absolutamente importante para compreender os fluxos e movimentos da vida financeira – acabam de publicar um título sobre manipulação e decepção na economia, Phishing for Phools (mais ou menos, A Pesca para Tolos). A tese principal (o livro é magnífico de pistas) é a de que “o público” compra bens que visam, não o seu bem-estar, mas o daqueles que lhos vendem. Não há melhor resumo para a comédia, que acabará em tragédia, em redor da formação do novo governo: os eleitores votaram, não para escolherem o seu destino, mas para facilitarem aos candidatos a escolha do seu – só isso explica a gincana socialista à beira do precipício. Manipulação primeiro, decepção depois.
Olivier Rolin escreveu um livro admirável, O Meteorologista, relato da prisão, assassínio e descoberta da vala comum onde foi enterrado Alexei Vangengheim, responsável pelos serviços meteorológicos da URSS. Vangengheim foi um dos milhões que morreu nos campos do Gulag soviético. Leiam Soljenitsine e Anne Applebaum. Em 2009, numa entrevista ao CM (pouco depois de um dirigente comunista ter classificado a Coreia do Norte como uma democracia), a deputada Rita Rato, do PCP, não quis comentar o Gulag, nem os milhões de vítimas do comunismo na China ou o estalinismo – por não ter informação sobre o assunto, ou porque, enfim, não é o assunto que está em cima da mesa. Que não tinha estudado a matéria na universidade. O PCP também acha que não devemos comentar o caso Luaty Beirão porque isso é assunto interno angolano, tal como o Bloco de Esquerda não comenta a condenação ilegal do líder da oposição venezuelana. Ainda bem que o PS acha que isto não tem importância.
Em finais de 2013, o Reino Unido pôs em prática nos setores de saúde mental dos seus hospitais um serviço designado Livros sob Prescrição, organizado por duas associações, uma de bibliotecários e outra de promoção da leitura – até agora, cerca de meio milhão de pessoas utilizaram este serviço. O princípio é este: a leitura é uma boa terapia para completar tratamentos médicos. Uma das consequências foi um aumento de 346% de empréstimos de livros sobre saúde mental nas bibliotecas – com 92% dos pacientes a declarar que se tratou de um apoio precioso e 55% a considerar que a leitura desses títulos ajudou a diminuir os sintomas da doença. Um dos meus sonhos de sempre era (e é) o de colocar livros à venda nas farmácias, ao lado dos medicamentos tradicionais. Livros tão bons que podem ser lidos com receita médica.
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