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Profissões nobres

por FJV, em 30.10.15

 

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Rex Stout, 40 anos depois

por FJV, em 26.10.15

Houve um tempo em que os seus livros estavam disponíveis nas livrarias; hoje disputam-se nos alfarrabistas para relembrar um dos detetives mais famosos da literatura policial. Foi em Picada Mortal que Nero Wolfe, 140 quilos, criador de orquídeas, erudito e gastrónomo, apareceu pela primeira vez, coadjuvado por Archie Goodwin, o narrador das suas investigações. Ao todo, Rex Stout escreveu 46 livros com Wolfe como herói; num deles, A Montanha Negra, Wolfe viaja até à sua terra natal, Montenegro (na então Jugoslávia), para capturar o assassino do seu amigo Marko Vukčić; tirando essa viagem, contam-se pelos dedos as vezes que saiu de casa em trabalho, permanecendo na velha casa de tijolo da Rua 35, NY. Cumprem-se amanhã 40 anos sobre a morte de Rex Stout (1886-1975), o grande criador dessa galeria de personagens e tiques saborosos.

 

Os 10 melhores Rex Stout

A Montanha Negra

Terror a Prestações

Duplo Crime na Rádio

Gambito

Champanhe para Um

O Cadáver Que Não se Calou

A Liga dos Homens Assustados

Mulheres e Crimes a Mais

A Caixa Vermelha

O Livro Assassino

 

 

 

 

 

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O cantinho do hooligan. Uma época de sonho, 1.

por FJV, em 25.10.15

Começou a contagem decrescente para a saída de Lopetegui. Uma equipa sem treinador devia ser proibida de jogar na I Liga.

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Tolos.

por FJV, em 25.10.15

Robert Shiller e Arthur Akerlof, ambos Nobel da economia, não foram apenas os autores de um livro interessante, mas altamente discutível, sobre como a psicologia é absolutamente importante para compreender os fluxos e movimentos da vida financeira – acabam de publicar um título sobre manipulação e decepção na economia, Phishing for Phools (mais ou menos, A Pesca para Tolos). A tese principal (o livro é magnífico de pistas) é a de que “o público” compra bens que visam, não o seu bem-estar, mas o daqueles que lhos vendem. Não há melhor resumo para a comédia, que acabará em tragédia, em redor da formação do novo governo: os eleitores votaram, não para escolherem o seu destino, mas para facilitarem aos candidatos a escolha do seu – só isso explica a gincana socialista à beira do precipício. Manipulação primeiro, decepção depois.

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Coisas que não estão em cima da mesa.

por FJV, em 25.10.15

Olivier Rolin escreveu um livro admirável, O Meteorologista, relato da prisão, assassínio e descoberta da vala comum onde foi enterrado Alexei Vangengheim, responsável pelos serviços meteorológicos da URSS. Vangengheim foi um dos milhões que morreu nos campos do Gulag soviético. Leiam Soljenitsine e Anne Applebaum. Em 2009, numa entrevista ao CM (pouco depois de um dirigente comunista ter classificado a Coreia do Norte como uma democracia), a deputada Rita Rato, do PCP, não quis comentar o Gulag, nem os milhões de vítimas do comunismo na China ou o estalinismo – por não ter informação sobre o assunto, ou porque, enfim, não é o assunto que está em cima da mesa. Que não tinha estudado a matéria na universidade. O PCP também acha que não devemos comentar o caso Luaty Beirão porque isso é assunto interno angolano, tal como o Bloco de Esquerda não comenta a condenação ilegal do líder da oposição venezuelana. Ainda bem que o PS acha que isto não tem importância.

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Curas.

por FJV, em 25.10.15

Em finais de 2013, o Reino Unido pôs em prática nos setores de saúde mental dos seus hospitais um serviço designado Livros sob Prescrição, organizado por duas associações, uma de bibliotecários e outra de promoção da leitura – até agora, cerca de meio milhão de pessoas utilizaram este serviço. O princípio é este: a leitura é uma boa terapia para completar tratamentos médicos. Uma das consequências foi um aumento de 346% de empréstimos de livros sobre saúde mental nas bibliotecas – com 92% dos pacientes a declarar que se tratou de um apoio precioso e 55% a considerar que a leitura desses títulos ajudou a diminuir os sintomas da doença. Um dos meus sonhos de sempre era (e é) o de colocar livros à venda nas farmácias, ao lado dos medicamentos tradicionais. Livros tão bons que podem ser lidos com receita médica.

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Uivo, 60 anos de Ginsberg

por FJV, em 07.10.15

A primeira edição portuguesa de Uivo, de Allen Ginsberg, é de 1973, nos Cadernos de Poesia da D. Quixote, tradução de José Palla e Carmo – há versões de Paula Ramalho Almeida e de Margarida Vale Gato. O essencial é que o poema foi lido pela primeira vez há exatamente 60 anos, a 7 de outubro de 1955, San Francisco, diante de uma plateia onde estavam William Carlos Williams, Jack Kerouac (bêbedo) ou Lawrence Ferlinghtetti. Se nos abstrairmos de tudo o que os autores da ‘beat generation’ e o próprio Ginsberg disseram sobre o poema (explicações rebuscadas e folclóricas), a leitura de “Uivo” revela um dos monumentos da literatura americana. Ginsberg morreu em 1997 (há um filme biográfico, com James Franco); as primeiras linhas de “Uivo” são inesquecíveis, e o resto do poema uma experiência de denúncia, risco e maldição.

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Ainda a tempo

por FJV, em 06.10.15

O «modelo sueco», a «coligação a três». E uma barreira impossível contra o ressentimento.

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Um dia magnífico para bombardear a Síria

por FJV, em 06.10.15

O vídeo da informação meteorológica na tv Rossiya 24, de Moscovo: as condições climatéricas são perfeitas para o bombardeamento.

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Marte

por FJV, em 05.10.15

Há, em todas as eleições, um exercício aguardado com expetativa e emoção: saber quem ganhou. A resposta não vem com o apuramento claro do número de votos ou de mandatos, mas com os comentários talentosos que se prolongam ao longo de uma semana. Por exemplo, o momento delirante em que o PCP declara a sua vitória (e a «grande capacidade de progressão») sobre todos os outros partidos. A certa altura, a deputada Gabriela Canavilhas entrou no Altis – vinda de Marte – e constatou que não só o PS tinha ganho como, além disso, devia formar governo («O Partido Socialista deverá usar todos os meios que tiver à sua disposição para expressar a vontade do povo», um prodígio). Não se tratava de conjugar as suas ideias com as da esquerda – que a detesta – mas pura e simplesmente imaginar como poderia regressar ao poder, esse perfume vingativo. A atriz Maria do Céu Guerra, que estava lá dentro e é uma senhora com juízo, fez o reparo: a gente às vezes diz coisas.

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