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Mao-Tse-Tung (à direita) e um traidor à esquerda – que depois desaparece na foto com o beneplácito
da Comissão Nacional de Eleições.
Lamentavelmente, nunca fui militante de um partido revolucionário (como quase todos os meus colegas de turma na universidade), mas o MRPP faz parte do folclore da minha adolescência. Um dos meus sonhos era conhecer Arnaldo de Matos, “grande educador da classe operária” – quando lhe apertei a mão, pude verificar que era uma pessoa cordata, risonha e que nunca executaria nenhum dos fuzilamentos pedidos pelo seu partido em 1974 e 1975. Vem a isto a propósito de o MRPP ter retirado da sua campanha a frase ‘Morte aos traidores’. Que desilusão. O MRPP até podia pedir a morte do João Ratão, que ninguém levava a mal; era uma força de expressão (já Mao Tsé Tung executou milhões). Mas a CNE, que superintende as eleições, diz que não havia problema porque os visados, “os traidores”, não se queixaram. Nem inventado se conseguia isto: um grupo que pede fuzilamentos e um organismo do Estado que diz que não faz mal.
«Categorias como a capacidade intelectual do povo, o acto eleitoral e a democracia dependem de 1%.»
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