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Joseph Roth merece mais atenção do que mantê-lo na galeria das curiosidades da velha ‘Mittleuropa’, o mapa que a I e a II Guerra pulverizaram. Talvez por isso, os seus livros passam quase ignorados nas livrarias: A Lenda do Santo Bebedor, O Leviatã (ambos na Assírio & Alvim), A Marcha de Radetzky (Difel), Jó (Ulisseia) e um magnífico Judeus Errantes (Sistema Solar). Em toda a sua obra há essa nostalgia mal compreendida pelo fim do império austro-húngaro, que devia ser um território de civilização e, de forma inexplicável, gerou – com a guerra e os nacionalismos – ingratidão e fragilidade. Relendo os seus livros percebe-se a pulsão de tragédia que marca o fim de uma Europa povoada de talentos e de sonhos. Roth, judeu, ucraniano que encontrou a pátria nessa Viena luminosa, morreu em Paris na véspera da II Guerra, em 1939, alcoólico e deprimido. Nasceu há exatamente 120 anos, cumpridos hoje.
[Da coluna do Correio da Manhã]
Ver aqui o tributo de Pedro Correia a A Marcha de Radetzky na sua excelnet série sobre grandes romances.
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