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Uma notícia boa: num arquivo de Sevilha foi anteontem anunciada documentação que liga Miguel de Cervantes a uma dama – Magdalena Enríquez. Ela estava autorizada por Cervantes (que na altura se encontrava na situação de «desocupado» na cidade andaluza...) a «levantar o soldo». Encontrar um amor de 1593 é digno o bastante para folhear o Quixote em homenagem.
Este é um dos melhores posts – não sobre Emídio Rangel, mas sobre a actividade política: «Uma sociedade civilizada, isto é, livre, deve começar por entender bem a verdadeira natureza da acção política e depositar nela a expectativa de que não lhe seja excessivamente nociva.»
Num livro sobre “os grandes criadores”, Paul Johnson começa por elogiar os humoristas. Talvez porque a nossa vida precise bastante do seu riso, da sua capacidade de enfrentar a escuridão – ou, às vezes, de a revelar em todo o seu perigoso esplendor. Robin Williams possuía esse génio irreparável e desconcertante, um rosto feito para a comédia e para a tragédia, uma voz que desafiava, destruía e reparava a harmonia perdida. Durante mais de uma década todos seguimos essa disputa entre ‘Bom Dia Vietname’ e ‘O Clube dos Poetas Mortos’, até chegarmos a ‘O Bom Rebelde’. Já sabíamos, antes dele, que o humor não é o aroma de uma felicidade jovial e a salvo de interrogações. O que estava nos seus filmes era essa suspeita: o humor não é uma parvoíce inventada para imbecis, nem uma proteção contra a perda, o lado negro das coisas, os “estados de melancolia”. O humorista deu a sua vida por nós. Isso não o salvou.
[Da coluna do Correio da Manhã]
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