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O vendedor de passados.

por FJV, em 21.05.13

Há um extraordinário romance de José Eduardo Agualusa, O Vendedor de Passados (em adaptação para cinema), em que o personagem principal, Félix Ventura, tem um estranho negócio: reescreve a biografia dos seus clientes consoante as necessidades e as exigências da vida corrente num novo regime político. Em Portugal, a avaliar por episódios recentes, teria alguma procura. Em 1975 essa indústria foi bastante lucrativa e, nos anos 80, teve uma retoma extraordinária. O Expresso, por exemplo, redescobriu alguns textos de Paulo Portas no semanário O Independente, nos quais zurzia em figuras com que agora tem de negociar e de se relacionar. É a vida. Há quem se escandalize e quem esconda o seu próprio passado, ou quem fique apenas desejoso de reconstruí-lo à medida das conveniências. Não é grande solução: o inferno tem uma grande e profundíssima memória. A imprensa está cheia de deslizes.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Down by the salley gardens.

por FJV, em 21.05.13

 

Passeio por Sintra. 

 

 

DOWN by the salley gardens my love and I did meet;

She passed the salley gardens with little snow-white feet.

She bid me take love easy, as the leaves grow on the tree;

But I, being young and foolish, with her would not agree.

 

In a field by the river my love and I did stand,

And on my leaning shoulder she laid her snow-white hand.

She bid me take life easy, as the grass grows on the weirs;

But I was young and foolish, and now am full of tears.

 

W.B. Yeats

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