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Hoje, no Público, a notícia de que só 20% das empresas portuguesas (as PME...) geraram emprego nos últimos cinco anos. Um amigo enviou SMS: são as empresas que o Estado não ajudou a pagar salários, encontrar clientes, procurar novos negócios, voltar a pagar salários. Poucos dos senhores deputados que clamam por crescimento, crescimento, crescimento ou emprego, emprego, emprego, jamais teve o encargo de pagar salários. Anda se fossem obras públicas, para fazer negócios e assumir o papel de «facilitador»...
El Calafate, Argentina. Apesar da beleza natural, do glaciar de Perito Moreno, dos passeios pelas florestas ou no deserto, recomendo a leitura desta peça de Josefina Licitra (vários prémios de jornalismo, artigos publicados na Rolling Stone, vários livros, presente na revista colombiana El Malpensante, etc.): é ali que fica o segredo do regime de corrupção dos Kirchner. Agora que (apesar da sua tentiva de calar a imprensa) foram publicados novos documentos sobre a forma como Cristina Kirchner maneja o seu dinheiro (e até como o recebia dos guarda-costas de Hugo Chávez), o artigo publicado na edição de Abril da Piauí ganha ainda mais actualidade. No fundo, é do regime dos Kirchner que o Dr. Soares gosta muito. Devemos estar atentos.
Artigo de Mario Vargas Llosa, «La Muerte Lenta del Chavismo» (no El Pais deste último domingo).
Versão no Estado de S. Paulo.
O presidente do Congresso iniciou a sessão retirando o direito dos parlamentares de oposição de se manifestar sobre a fraude eleitoral e ordenou que seus microfones fossem desligados. Quando os deputados protestaram, levantando uma faixa que denunciava um “golpe contra o Parlamento”, membros oficialistas e seus guarda-costas lançaram-se contra eles com socos e pontapés que deixaram alguns deputados, como Julio Borges e María Corina Machado, com lesões e edemas. Para evitar provas da arbitrariedade, as câmaras da TV oficial foram direcionadas oportunamente para o teto da assembleia. Mas os celulares de muitos participantes filmaram o ocorrido e o mundo inteiro tomou conhecimento da selvageria cometida, assim como das gargalhadas de Diosdado Cabello [presidente do Congresso] com o fato de María Corina Machado ser arrastada pelos cabelos e espancada pelos valentes revolucionários chavistas.
Felizmente que o mundo tem pessoas com juízo. Sobretudo na Suécia, onde o Vänsterpartiet (Partido de Esquerda) apresentou anteontem, no Parlamento, uma proposta para que os homens passem a urinar sentados. Não pensem os leitores e leitoras que se trata apenas de uma medida de orientação médica, destinada a evitar problemas na próstata, ou de pura higiene (sim, os homens são descuidados). Há outra razão: questões “de género”. As casas de banho deverão passar a ser unissexo para prevenir a discriminação sexual em que naturalmente assenta o facto de haver pessoas que fazem xixi sentadas – e outras de pé. Isto implica toda uma engenharia de natureza pedagógica, e as famílias devem, desde o início, insistir para que os rapazes se sentem para cumprir a inóspita obrigação. Quem não aceitar a eventual lei, terá de procurar uma casa de banho devidamente identificada para cavernícolas. O mundo avança.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
Um dos seus livros, O Conceito de Angústia (havia uma edição na Editorial Presença), marcou o modo como toda a sua obra foi recebida no ocidente e, especialmente, em Portugal, onde o nome do dinamarquês Søren Kierkegaard, cujo bicentenário se assinalou no domingo, era frequentemente associado aos “estados depressivos” (um pouco como Camus, como se dizia no antigo liceu) e à profundidade da melancolia. Provavelmente, não poderia ser de outra forma, tanto simplificamos o que é complexo e difícil de entender. Formado em teologia e filosofia, a religião nunca deixou de ser o centro da sua obra, tal como a busca de liberdade em relação à influência religiosa (daí que a angústia possa ser vista, sobretudo, como a vertigem diante da liberdade). É enorme a influência de Kierkegaard no existencialismo, a corrente dominante na filosofia moral do século XX. Duzentos anos depois, continuamos a comentá-lo e a interpretá-lo.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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