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O cantinho do hooligan. Futebol, uma leitura parcial.

por FJV, em 14.04.13

No final do jogo de ontem, os adeptos portistas estavam como no começo do jogo de ontem. E creio que, se o resultado tivesse sido o oposto, os adeptos portistas estariam mais ou menos na mesma. Sucumbir na final da Taça da Liga não é uma derrota excessiva ou inédita — mas é uma derrota na fase final deste campeonato. De resto, na conferência de imprensa Vítor Pereira queixou-se da arbitragem, apelou ao voto nas eleições venezuelanas, recomendou que os jogadores comparecessem aos treinos a horas, que mastigassem com vagar e sem abusar nos hidratos de carbono depois do fim da tarde, e que aplicassem Vicks Vaporub ao mínimo sinal de resfriado. Quanto ao sistema de jogo, mostrou-se adepto de Jane Austen e das suas opções em Orgulho e Preconceito, embora Fitzwilliam Darcy ficasse melhor no Queens Park Rangers. Faltava responder a duas perguntas. Não respondeu à primeira mas, em relação à segunda, foi taxativo na sua preferência por açúcar amarelo na preparação de mojitos a duas vozes com escala em ré (usando sempre hortelã de Arcos de Valdevez), terminando a sua prestação recitando os dois primeiros e enigmáticos versos de «Lua de Londres», do poeta reguense João de Lemos, que são como segue: «É noite. O astro saudoso/ rompe a custo um plúmbeo céu...» 

 

           

 Festejando uma jogada.                  Falando aos jogadores.

     

Incentivando os jogadores.              Aborrecido com os jogadores.

     

Feliz depois do jogo.                        Triste depois do jogo.

     

Falando do Everton.                          Falando de Abdoulaye.

     

No supermercado em Espinho.         Ouvindo os assobios no Dragão.

     

Olhando para Lucho.                        Olhando para Sofia Vergara.

     

Discutindo com o árbitro.                   Ouvindo o Prof. Marcelo.

     

Explicando o sistema de jogo.           Olhando para Liedson.

     

Mostrando a colecção de cromos.     Saindo do duche.

     

Imitando Marlon Brando.                   Fingindo de Rainha de Inglaterra.

     

Lendo Tolstoi.                                 Estacionando o carro nos Clérigos.

     

Marcando um golo nos treinos.       Telefonando a André Villas-Boas.

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Futebol, uma leitura integral.

por FJV, em 14.04.13

No Malomil, evidentemente, um duelo de titãs.

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É isto.

por FJV, em 14.04.13

 

 

Her Inheritance

 

The day came and I was sponging twenty years of dust

from a green clock to avoid you, knee-deep in first editions

of Iris Murdoch and your name on the flyleaf of every one;

 

was only red-eyed over onions, waiting for the boy I'd cooked for

to turn up and shift old champagne boxes in the name of love;

was calling you “some dead woman” as if these objects you once

 

touched were all I claimed between us; was laughing, despite you,

with this boy you’ll never meet, this boy who likes these cheeks

you handed down, who had nothing to say, he said, but held me

 

as if it mattered now. And I was grown up, with your face on,

heating spice after spice to smoke out the smell of books, to burn

the taste buds off this bitten tongue, avoid ever speaking of you.

 

Emily Berry, Dear Boy. Faber, 2013.

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Rua de dois sentidos.

por FJV, em 14.04.13

Foi uma semana interessante; terminou com a esquerda a festejar Manuela Ferreira Leite (por causa da sua entrevista à TVI), com a direita a citar Vital Moreira como um dos seus (por causa da sua opinião sobre o Tribunal Constitucional), com a esquerda a beijar Rui Rio (por causa da sua reação ao despacho de Vítor Gaspar) e com a direita a reproduzir Guilherme Oliveira Martins (pelo mesmo motivo). Isto, que aparentemente pode ser o sinal da sandice em que o país está mergulhado, é também a prova de que os cataventos do regime estão a funcionar no meio da tempestade. Em Os Maias há episódios semelhantes, para não falar do Portugal Contemporâneo, de Oliveira Martins, a provar que repetimos com galhardia as tragédias e os circos de outrora. O que também significa que “a crise” não é propriamente uma rua de sentido único – os interesses, mais do que o bom senso, comandam os movimentos do palco.

[Da coluna do Correio da Manhã]

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Aos amigos.

por FJV, em 14.04.13

Aos amigos desejamos sorte, sempre. Sempre. Estejam de que lado estiverem. Ao Pedro Lomba. Ao Miguel Poiares Maduro. Têm pela frente um trabalho enormíssimo. Ao Emídio, que tem altura para isto.

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Thatcher.

por FJV, em 14.04.13

Ian McEwan sobre Thatcher: «Get over her! They had a point, but they had no idea how fascinating she was – so powerful, successful, popular, omniscient, irritating and, in our view, wrong. Perhaps we suspected that reality had created a character beyond our creative reach.»

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