Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A TVI agradece a chegada do apedeuta lusitano para as noites dominicais da RTP. Quando o apedeuta se dedicar ao comentário, então, talvez desça um pouco mais.
Aprecio muito a indignação, sobretudo a fingida, que é mais literária, e, embora não tenha Facebook, recolhi por outras vias a tralha de adjectivos que talentosos génios do comentário coleccionaram durante estes dois dias e meio.
Inqualificável, vergonhoso, abjecto, ataque indelicado, inenarrável, irreparável, frouxo, traidor, inverosímil, humilhante, humilhado, transtornado, desesperado, chocado, intrometido, detestável, mentiroso, ventríloquo, cadáver, ataque vergonhoso, inválido, ladrão, leviano, lamaçal, chantagista, malcriado, arrogante, marreta, melindre, mixordeiro, ratoneiro, incapaz.
Tudo isto num post do Facebook sobre o discurso do primeiro-ministro. Vou lê-lo outra vez; não tinha dado conta que fosse tão interessante.
À distância é muito mais fácil dizer mal de Margaret Thatcher, a mulher que a Grã-Bretanha e a Europa não vão esquecer. Foi uma das últimas “almas conservadoras” da Europa, uma conservadora clássica que desconfiava da «contabilidade criativa», do Estado, e da fauna que se alimenta dele. Mas além disso, tal como Winston Churchill, disse sempre o que precisava de dizer sem o filtro do «politicamente correto», porque nunca apreciou consensos no fio da navalha. Lutou contra o mundo convencional da política, mas teve a sorte de contar com adversários à altura, tão inteligentes e tão decididos como ela e que, também como ela, conheciam as dificuldades do pós-guerra. Hoje, qualquer imbecil repete inanidades sobre a época de Thatcher; a verdade é que ela não sobreviveria no cenário da política europeia destes anos – ou teria vencido em toda a linha, e a Europa (a que ligava pouco) não tinha chegado até aqui.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.