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Natália.

por FJV, em 18.03.13

Passaram neste sábado vinte anos sobre a morte de Natália Correia. Não vale a pena praticar o exercício do anacronismo – por exemplo, pensar no que hoje diria Natália sobre o nosso país. A autora de Não Percas a Rosa disse-o em vida, na época, e com aquela veemência que nunca conseguiu fixá-la a uma redoma ideológica, de janelas fechadas para o exterior. Pessoas como ela fazem falta porque nunca podem ser substituídas; nem a sua poesia, nem os seus textos de intervenção mais imediata, nem o seu sarcasmo, nem a sua tentação de desancar a pátria e, sobretudo, os hierofantes empalhados da pequena moral. Por muito que se procure “uma forma de ser Natália Correia” é impossível encontrá-la porque ela foi tão plural e desconcertante que encaderná-la num catálogo é uma tarefa inútil. Os tempos não vão para pessoas assim. Para homenageá-la, vamos aos seus livros. É o que resta, no fim de contas. 

[Da coluna do Correio da Manhã]

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Setenta e cinco anos e uma semana. Uma Anchluss que não se assinalou.

por FJV, em 18.03.13

Apesar do Tratado de Versalhes, nunca foi muito clara a vontade de manter uma Áustria independente; Hitler acrescentou dois importantes factores: o “pangermanismo austríaco”, garantido por referendo (a par do poder crescente e ruidoso do partido nazi), e o antisemitismo das ruas. Aquilo que fora uma sociedade livre, multicultural e cosmopolita regressava, a pouco e pouco, à nuvem da Grande Alemanha que, do outro lado da fronteira, tinha levado Hitler ao poder e ao crime, diante da passividade de uma Europa que não estava disponível para enfrentar o demónio do novo Reich. A 12 de Março, há exatamente 75 anos (em 1938), o exército alemão desfaz as dúvidas e sobe o primeiro degrau da escalada pelo domínio dessa Europa amorfa e desistente, entrando na Áustria com aplauso. No dia seguinte, a Anschluss (anexação) é anunciada oficialmente. A Alemanha estava preparada para começar a guerra.

[Da coluna do Correio da Manhã]

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O estado da arte.

por FJV, em 18.03.13

Vem aí novo livro de E.L. James, a autora de As Cinquenta Sombras de Grey, o grande êxito editorial de 2012. Não são mais aventuras de Anastasia e Christian – mas um manual para quem queira tentar-se a escrever um livro (de preferência sobre sexo). Por isso, a notícia teve mais impacto na Business Week: E.L. James ensinará a escrever romances e a ganhar dinheiro com isso. É uma perspetiva agradável, mas difícil. Steinbeck, Patricia Highsmith, Kundera, Vargas Llosa, por exemplo, escreveram sobre a arte do romance. Faltava-lhes esta dimensão. E.L. James explicará como transformar um ‘felatio’ num capítulo digno de ser adaptado ao cinema ou de proporcionar retribuição adequada. Não me julguem mal; James promete mostrar como se consegue captar a atenção dos leitores ‘até ao fim’, a matéria mais difícil de todas. Está tudo ao alcance da mão. Nem sei como alguém não se lembrou disso antes. 

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