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Contagem para a unidade!

por FJV, em 31.01.13

 

Começou a contagem. Até dia 10 de Fevereiro, digamos que três da tarde. Ou mais meia-hora, e tal. Depois disso, entramos na contradança.

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Bacalhau de Bruxelas, 2.

por FJV, em 31.01.13

 

Para que não julguem que se trata de obsessão: em Janeiro de 2011, o canal norueguês NRK transmitiu um documentário denunciando a utilização de polifosfatos e outros aditivos no bacalhau capturado naquele país, bem como na Islândia. Em Fevereiro, a eurodeputada dinamarquesa Christel Schaldemose menciona, numa pergunta à Comissão, a “proibição geral da utilização de polifosfatos como aditivo”, sobretudo tendo em conta o facto de a maior parte desse peixe ser exportado para os países do sul («fazendo com que pareça mais fresco, e por outro lado para aumentar o seu peso, o que implica que o consumidor pague mais do que devia por aquilo que compra»). Ela pergunta: “Pode a Comissão garantir que não é perigoso aditivar o peixe com polifosfatos?” A 31 de Março, a Comissão garante que não está autorizada a utilização de polifosfatos para branquear o bacalhau, e que «it is not clearly demonstrated that the polyphosphates are sufficiently removed and that their use has no effect on the final food as consumed by the consumer. Furthermore, the soaking process, which would remove the substance, is not done by the producer but by another company or by the final consumer.» Essa autorização vai acabar por ser concedida. Não que não existissem alertas. Nem mais alertas.

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Kadoorie Mekor Haim.

por FJV, em 30.01.13

  

 

 

Matéria de romance pode ser esta, e os cenários vão do Porto a Bagdad e Xangai, passando por Singapura, por Tânger e pelas montanhas do interior de Portugal. Protagonista: o capitão Barros Basto (1887-1961), aliás Abraham Israel Ben-Rosh, foi o fundador da sinagoga Kadoorie Mekor Haim, uma obra notável que os portugueses desconhecem, e que domina a R. Guerra Junqueiro no Porto: Mekor Haim significa “fonte da vida”; Kadoorie é o nome de um judeu iraquiano que contribuiu decisivamente para a sua construção (Sir Elly Kadoorie mudou-se de Bagdad para Bombaim e daí para Hong Kong, onde viria a morrer num campo de prisioneiros japonês da II Guerra – o seu túmulo, em Xangai, foi estranhamente poupado pela ‘revolução cultural’). Singapura porquê? O primeiro rabino da sinagoga do Porto foi afastado para Bragança, daí para Port Said, no Egipto, e depois para Singapura, onde morreu e repousa. As montanhas de Trás-os-Montes e da Beira foram percorridas pelo capitão Barros Basto (cuja conversão ao judaísmo se fez em Tânger, porque a comunidade judaica de Lisboa a recusou) resgatando judeus portugueses a que a Inquisição impôs uma vida clandestina desde o século XVI – antes de o exército português o expulsar em 1937. A Kadoorie Mekor Haim, sede da comunidade judaica do Porto, é a maior sinagoga da península. Assinalaram-se no domingo os 75 anos da sua construção – é um património que devíamos festejar.

 

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Bacalhau de Bruxelas.

por FJV, em 30.01.13

 

 

Somos europeus até certo ponto. Daqui em diante, nada. Explico em cinco ou seis linhas: pretendem os burocratas de Bruxelas que o bacalhau comercializado nos países da União Europeia fique sujeito a tratamento com polifosfatos que podem alterar o sabor, a textura e a qualidade do bacalhau que, como sabemos, é um dos símbolos da nossa identidade nacional. Juntar químicos ao bacalhau em vez de deixar que o salguemos como nos apetece, e de o comermos como acharmos melhor, é um atentado, uma intromissão e um crime, tudo junto. Bruxelas já cometeu vários crimes desta natureza – porque lhe apetece, porque tem poder para isso, porque se está nas tintas. O que o governo português deve fazer: vetar, bloquear, esbracejar, impedir. Uma coisa é sermos europeus, outra é estarmos dispostos a que nos mexam no prato e nos alterem a ementa. Não estou a brincar; é um caso sério de identidade nacional.

 

[Da coluna do Correio da Manhã]

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Sontag.

por FJV, em 20.01.13

Se fosse viva, Susan Sontag teria festejado esta semana os seus oitenta anos. A ‘contemporaneidade’ deve-lhe combates a que Sontag respondeu durante toda a sua vida (que foi fascinante, invejada e discutida), escrevendo sobre literatura, política, fotografia, sexo e, com uma intensidade pouco comum, sobre a doença e o sofrimento. Os seus diários (Reborn/Renascer) revelam esse destino fulgurante: alguém que conheceu e influenciou o seu tempo – na cena cultural americana poucos o souberam fazer com uma paixão tão dilacerada e contraditória. Procurando estabelecer um equilíbrio entre moral e estética, é provável que nenhuma outra voz tenha sido tão estimulante na sua melancolia e ambivalência – porque sabia (era judia) que nenhuma verdade é absoluta. E, ao contrário dessa ‘contemporaneidade’, procurou um caminho de compaixão, olhando o sofrimento dos outros

[Da coluna do Correio da Manhã]

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A Liga informa.

por FJV, em 14.01.13

Golo ao minuto 76.

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O cantinho do hooligan. Vai começar.

por FJV, em 13.01.13

 

Não sei por que razão o Vítor Pereira não pode fazer o número de José Mourinho e exaltar-se com aplicação. Certo: não tem tanto jeito para manter a cara de pau — mas foi um bom número, dentro do razoável. Quanto ao jogo, parece-me que o FC Porto ganhou uma equipa esta noite; arregimentem gente para o ataque e vou estar no Dragão a festejar o título.

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Escândalo no bairro.

por FJV, em 12.01.13

Parece que, a fim de assinalar o seu aniversário, uma senhora deputada ultrapassou tanto a barreira do decoro (extraparlamentar) como a da lei, e foi apanhada a conduzir manifestamente alcoolizada, com uma taxa de 2,41. É bastante. Segundo pude ler nas chamadas ‘redes sociais’ ou na imprensa (e ouvir na esplanada), parte do país está chocada com a sua atitude irresponsável e, aqui e ali, exige-se severidade e, para já, um pedido de desculpas à nação. Glória Araújo (que nunca invocou a sua qualidade de parlamentar) não vai ter a vida fácil, até porque cometeu um crime: quando os portugueses descobrem a sua veia moralista costumam ser excessivos; tanto quando descobrem a sua veia alcoólica. Tenho pena que isso tivesse acontecido desta forma e preferia que a senhora deputada tivesse tomado as suas bebidas sem guiar o carro a seguir. Farto de economia & finanças, o país precisa de beber um pouco. Podia ser um pouco menos – mas os padrões de Glória são elevados.

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Corelli, 300 anos.

por FJV, em 12.01.13

A harmonia da sua música tocou todo o barroco posterior e há ressonâncias dessa influência – em Bach, com menos nitidez (até porque em Bach nos recusamos a escutar outra voz), mas em Vivaldi ou Couperin, para não mencionar Handel, respiram certamente algumas notas do violino de Arcangelo Corelli (1653-1713), cuja morte ocorreu há 300 anosã. Mencionei a “harmonia” porque é esse o traço dominante da sua obra, mais do que colocar em evidência o virtuosismo e a voracidade da sua técnica, com ornamentos belíssimos e inovadores a contornar o ‘continuo’ das cordas italianas. É uma música cujo efeito monumental, por vezes solene, fica bem em Roma, onde viveu e morreu. Mas nem por isso deixa de se notar uma simplicidade  que contrasta com a música do seu tempo – nos intervalos dessa solenidade, é de supor que Deus pudesse brincar nas suas escalas. 

[Da coluna do Correio da Manhã]

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O regresso de Theroux.

por FJV, em 12.01.13

Desde a década de 80, quando os negócios do asfalto explodiram, que os comboios portugueses tinham o destino traçado, tirando quatro ou cinco linhas essenciais. Não acontece assim noutros lugares – nem nas viagens do escritor Paul Theroux, que deu várias voltas ao mundo de comboio, por todos os continentes. Em Abril de 2009 assisti a um encontro memorável, o do americano Theroux com o angolano Luandino Vieira; Theroux queria alguém que lhe desse indicações sobre como viajar em África nos lugares onde não havia comboio. Luandino, por vários motivos, estava à mão; numa toalha de restaurante traçou estradas sobre o mapa de África, depois apenas no de Angola, e foi dizendo: “Vai por aqui, não vás por aqui, dorme nesta pensão, come naquele restaurante.” O livro sai em Maio, em Inglaterra e nos EUA: The Last Train to Zona Verde. É o relato de como atravessar o fim do mundo e querer voltar.

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Ora aqui está uma boa solução, podem começar as listas.

por FJV, em 12.01.13

«Nós temos de definir o padrão de vida de que não estamos dispostos a abdicar e então pedir solidariedade europeia.», terá afirmado Luís Nazaré. O que ainda não está sequer definido é qual é esse padrão de vida; mas a ideia de que «não estamos dispostos a abdicar» parece realmente interessante, sobretudo porque se pede logo «a solidariedade europeia». Além das listas de coisas de que não estamos dispostos a abdicar, podem também começar a pedir a solidariedade europeia.

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Reforma do Estado, 2.

por FJV, em 11.01.13

Áreas como as que João Gonçalves identifica («qualificação das pessoas, das instituições e do território, a cultura, a economia, o ambiente ou o emprego e o pós-emprego») são prioritárias em qualquer plano de reforma do Estado, que deve tratar, em primeiro lugar, de responder a algumas questões essenciais: para que serve o Estado?, o que devem os cidadãos esperar do Estado?, até onde vai a sua autoridade e acção?; onde é ilegítima (e imoral) a sua autoridade?, etc. O debate sobre essas matérias deve fazer-se com abertura e espírito de tolerância, em liberdade, mas sobretudo convocando para ele — além dos partidos políticos — as pessoas mais qualificadas.

Há anos que muita gente tem contribuído para esse debate, à esquerda e à direita. Não faz sentido entregá-lo a comentadores que vivem do curto prazo e têm o seu mercado dependente do grau de inanidades apreciadas pelas audiências (é um mercado) — nem reduzi-lo a especialistas em finanças, a «senadores» cujo único «mérito» é o ressentimento, ou a universitários e «politólogos» que fazem da universidade um megafone para fazerem política sem entrarem na política («ah, nós não sujamos as mãos»). Faz sentido que seja feito com os cidadãos. E, já agora, com mais empresários do que gestores de empresas. Com mais gente que faça pela vida; porque não se trata de um debate sobre como salvar este Estado mas, pelo contrário, sobre como mudá-lo porque a sua existência é insustentável. 

Só há debate quando as pessoas querem debater (o que pode não acontecer). Ora, o que se tem visto é, sobretudo, gente que quer debater desde que o debate não ponha em causa ou a Constituição, ou privilégios, ou reformas, ou regalias, ou direitos, ou princípios, ou preconceitos, ou a perspectiva de uma percentagem eleitoral. Um debate que não ponha em causa não existe. E há muitas coisas a pôr em causa.

Neste cenário, o «relatório do FMI» é um contributo; não é, naturalmente, um contributo generoso — mas não se esperava que fosse. Não vale a pena dar crédito a tanta indignação e pirueta verbal (e há gente com menos «indignações» depois de lê-lo). Ora, um «relatório do FMI» não é o instrumento mais indicado para iniciar o debate sobre a reforma do Estado português; quem quer lançar esse debate tem o dever de iniciá-lo e de desenhar o campo onde ele há-de decorrer. Face a essa ausência, o «relatório do FMI» deixa o governo refém de uma «ocupação estrangeira» e transforma o debate numa contabilidade de maldades a praticar — sem explicações, sem contextualização, sem história, sem sentido. 

Estamos a tempo de fazê-lo, a esse debate? Estamos. Há condições para ele ser feito? Céptico, muito céptico. 

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Reforma do Estado, 1.

por FJV, em 11.01.13

O João Gonçalves escreve um post cauteloso e sério sobre o relatório do FMI: basicamente, que a reforma do Estado não pode «escrever-se exclusivamente em “financês”». Tem toda a razão. É necessário um debate mais geral, alargado e profundo, sobre essa reforma. Acontece que há vários acidentes neste percurso, o primeiro dos quais tem a ver com o «curto-termismo» que se instalou entre nós e com a consequente exigência de medidas com impacto imediato na vida dos portugueses. Ora, essas medidas são, sobretudo, de natureza económica, e, em muitos casos, têm a ver com a estrita sobrevivência de pessoas e famílias — e com a impossibilidade de os portugueses viverem muito mais tempo nas actuais condições. É possível, pois, que a reforma do Estado seja um luxo em tempo de emergência, com o fisco (como um xerife de Nottingham) atacando cidadãos empobrecidos e desprotegidos, assaltando uma classe média que sempre contribuiu acriticamente para os cofres do Estado, e com os cidadãos a sofrer os efeitos devastadores do desvario que trouxe as contas públicas até aqui.

Ninguém duvida de que o programa fiscal em curso é injusto, violento, desproporcionado e incapaz, só por si, de abrir caminho à recuperação do país. Essa recuperação não tem a ver exclusivamente com as contas públicas, não é exclusivamente económica e não pode ser exclusivamente decidida por especialistas em finanças — para isso, contratavam-se génios do cálculo em Excel. Mas é evidente que sem resolver a questão das contas públicas não podem ser construídas pontes para o futuro.

«Estará o país preparado para esse programa injusto, violento e desproporcionado?» Esta pergunta devia ter sido feita antes de o programa ser aplicado; e quase todas as dificuldades actuais derivam de não ter sido feita com clareza. Porque um tal programa ou é assumido pelo país, ou não tem maneira de chegar a bom termo. Ou seja: porque esse programa não pode ser apresentado como uma punição pelos erros que o próprio Estado e os seus terratenentes (os «senadores», as empresas amigas do Estado, os administradores da despesa, etc.) cometeram de forma aplicada e persistente.

Pode acontecer que os portugueses prefiram fechar os olhos, abdicar do sentido da realidade e estejam arrependidos do sentido de voto das últimas eleições — e queiram continuar a votar em José Sócrates ou em quem lhes promete um futuro fácil, longe «dos mercados», com reformas que alguém há-de pagar (sobretudo as mais altas), com «progresso» a pataco, com endividamento que ninguém («os mercados») parecer querer sustentar e com contas públicas que empurram o défice de exercício em exercício. E se for assim? 

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Sempre a aprender.

por FJV, em 10.01.13

Descubro, ao fim do dia, que as «redes sociais» andaram ocupadas durante as últimas doze horas a derrotar a Samsung por causa de uma Pepa Xavier que queria uma mala Chanel. Não é assustador: há quinze dias, ou assim, ela recomendava o uso de «barroco, cabedal, metalizados, burgundymatchingprintswestern, looks monocromáticos, casacos oversizedankle boots e sapatos masculinos». Quem recomenda ankle boots só pode querer bem ao próximo. Recordo-lhes também que em Outubro de 2011, quando interrogada sobre o seu blogue, Pepa declarou «Uii, é o meu baby! Lol Começou como um hobby, uma plataforma onde podia partilhar as minhas opiniões, influências e imagens. Hoje, é algo que faz parte de mim e que quero investir para o futuro.» (três coisas ao mesmo tempo nas mãos de Pepa: «Lol», «influências» e «investir para o futuro» — uma espécie de tridente ideológico). Outra das participantes da campanha da Samsung, entretanto, definiu-se como «burra, estúpida, ignorante, tiazoca, fútil, consumista, um lixo tonto que ainda por cima enfia um U dentro dum treze», de onde retiramos que não quer a mala Chanel. Por que razão as «redes sociais» cantam vitória? Porque a Pepa falou, ou seja, ronronou numa língua estranha, quase sem abrir a boca, o que — incompreensível! — foi declarado perigoso e anti-social, além de revelar problemas nos maxilares.

Quanto ao essencial, é como se segue: uma Chanel Classic 2.55, o modelo original desenhado por Coco Chanel, lançado em Fevereiro de 1955 (e com o clássico fecho conhecido por «Mademoiselle Lock» — o fecho CC foi introduzido por Lagerfeld), custa entre 1,785 e 2,095 dólares. 

Tudo terminou em bem, segundo me informaram: 1) as «redes sociais» levaram a Samsung a retirar uma série de vídeos do seu site; 2) a Pepa levou uma tareia do namorado por ter dito, numa entrevista, que as marcas que mais usa são Zara e H&M — e, finalmente, 3) quem não gosta da Chanel Classic 2.55 Reissue pode comprar uns sapatos Lady Peep Strass de Christian Louboutin, que custam 4,985 dólares.

 

Adenda: acabam de informar-me que Pepa Xavier, aliás Filipa Xavier, é, afinal, Pépa Xavier, o que é aborrecido para Xavier, que é — vejamos — um nome sem mácula.  

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Páginas de autobiografia.

por FJV, em 10.01.13

Depois de almoçar peixe cozido e legumes, continuo a minha cruzada pela comida saudável, pela alimentação responsável e pela gastronomia sustentável, de acordo com os padrões que o governo um dia há-de decretar — e vejo duas vezes a repetição de Unique Eats, no Food Network, para imaginar como se preparam as «bolinhas de massa de arroz misturada com lamelas de presunto e recheadas com um cubo de queijo Thomasville Thome» antes de serem passadas por uma mistura de cereais e alho e fritas em óleo de amendoim, jóia da cozinha sulista americana. De seguida vejo dois programas grotescos de Guy Fieri (Diners, Drive-ins & Dives), um dos quais me ensina a temperar frango para fritar e outro me leva ao Ziegger Deli para recordar kreplach fritos ou knish (cerca de 80% destes restaurantes seriam fechados pelas autoridades sanitárias...). 

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O mercado da arte, 2

por FJV, em 10.01.13

«Berardo diz que nunca mais fará denúncias na vida.» Não é preciso; José Berardo nem é o pior. Em Portugal toda a gente denuncia sem provas mas com aplicação e alarme; uns tempos depois prova-se que não havia razão para tanta denúncia ofendida – mas a coisa está feita. Entretanto, os denunciantes já lucraram com a denúncia.

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O mercado da arte.

por FJV, em 10.01.13

Por causa de um caso de dislexia tratado aqui, recordo outro caso: «Os interesses de todos os credores – dois deles a CGD e o BCP fortemente apoiados por dinheiros públicos – estão a ser plenamente defendidos com toda a transparência?», pergunta-se no Malomil. A questão ultrapassa em muito a CGD e o o BCP (que estão implicados no negócio); há outros «credores» muito mais importantes, que talvez fiquem sem retorno

Aprendam.

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Cinza e poeira.

por FJV, em 07.01.13


  

 

 

 

 

 

Fotografias de Rui Rodrigues: cinza e poeira: «O falso belo, prédios em ruínas, os navios de carga do Tejo ferrugentos sujos e húmidos, comboios e linhas de comboio, pessoas...»

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Sobre a internacionalização da economia portuguesa.

por FJV, em 06.01.13

Ontem, no canal Kitchen24, um chef holandês ensinava a preparar «pastéis de Belém». Estava comovido e lembrou várias vezes Lisboa, o sabor dos pastéis de Belém, a qualidade dos pastéis de Belém, a maravilha dos pastéis de Belém. Enfim, o pastel de nata é um dos nossos produtos mais emblemáticos. É capaz de não ser má ideia tomá-lo como exemplo e pensar na exportação.

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O cantinho do hooligan. Variedades.

por FJV, em 06.01.13

1. Vítor Pereira tem uma forma curiosa de responder às perguntas dos jornalistas sobre matérias explicitamente futebolísticas (mesmo admitindo que 80% delas são tolas): dizendo que não tem nada que responder. Por exemplo: na sequência da saída, por lesão, de James Rodríguez, entra Steven Defour e não um extremo (que entraria depois); o jornalista pergunta-lhe por que é tomou essa decisão; Vítor Pereira diz que não tem nada que explicar, mas acrescenta que Defour tanto joga ao centro como a extremo (o que é verdade), voltando a dizer que não tem nada que explicar. Tem; pode não dar a explicação mais simples (Defour, mesmo como extremo, tem mais solidez do que qualquer outro extremo do banco) porque é um nadinha humilhante, mas precisa de ter uma explicação. Por outro lado, compreendo que não queira falar da razão por que, invariavelmente, «sai Varela e entra Atsu» ou, como Atsu está lesionado, «sai Varela e entra Kelvin»; lá iremos. Seja como for, estamos contigo, Vítor!, se repetires a frase do costume («Estou satisfeito, são três pontos.») na próxima semana.

 

2. E, depois, há esta ideia peregrina de os narradores dos jogos na televisão e na rádio usarem a expressão «contra-golpe» em vez de «contra-ataque». Quando uma equipa parte para o ataque não dá um golpeataca (se jogar futebol mesmo). Sim, eu sei onde foram buscar a inspiração, mas antes que comecem a mencionar «a posição estratégica da bola parada» (outra pérola da mesma fonte de inspiração), moderem o processo de analfabetização.

 

3. O Sporting comove-me e irrita-me. O meu pai é sportinguista, um dos meus filhos é sportinguista (e o padrinho dele, ultra). Oiço-os várias vezes por semana lamentarem-se de que «já não vale a pena falar sobre futebol». Evito telefonar ao meu pai durante os jogos (nesta época, sempre que ligava o Sporting sofria um golo). A desgraça do Sporting é fatal. Nestas ocasiões lembro-lhes a equipa de Damas, Botelho, Hilário, Yazalde, Marinho, Laranjeira, Dinis, Manaca, Chico Faria, Peres, etc. (foi nessa época que se deu a Grande Cisão na família...), mas vejo que isso não ajuda. O problema agudizou-se nas últimas semanas; estive em primeiro lugar no quadro de prognósticos do Expresso enquanto conseguia divertir-me com os desaires de uma equipa «treinada» por Sá Pinto, mas, depois, apostei sucessivamente na reviravolta do Sporting (esta semana imaginei que ganhava ao Paços por 2-1) — e fui caindo para uma posição desconfortável. Tudo por culpa do Sporting. 

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