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Mensalão.

por FJV, em 22.12.12

O mensalão brasileiro não fez grande notícia em Portugal nos últimos tempos, sobretudo porque colocaria em risco a beatificação de Lula. Mas deve dizer-se que o Brasil deu uma lição: condenou políticos, banqueiros, parapolíticos e afins – por corrupção. Mais: o tribunal retirou os passaportes e anunciou as penas de prisão a políticos no ativo (que o partido no poder, entretanto, não quer cumprir uma vez que se trata de «uma ingerência do poder judiciário no poder legislativo», olha, olha). Houve provas, houve esclarecimentos, houve nomes, houve processo judicial. E ninguém apareceu a dizer «sim, o mensalão aconteceu mas eu não tenho provas». E nenhum «adiamento sucessivo até à prescrição» ganhou. 

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Nos ares.

por FJV, em 22.12.12

Sabemos pelos comentadores, e pelo Sr. Artur do quiosque, que a diferença entre as «empresas estratégicas» e as outras é que as «estratégicas», vá lá, não devem ser privatizadas – e as outras podem. A TAP é «estratégica» porque leva a bandeira portuguesa pelos céus, mantendo a soberania nacional em boa altitude, e precisa de injeções permanentes de dinheiro dos contribuintes, inclusive daqueles que vêem os seus salários diminuídos e os seus impostos aumentados até ao insuportável.

Como se não fosse suficiente arrastar as cores nacionais pela troposfera, sabemos que é objetivo da TAP «assegurar ao seu acionista os mais adequados níveis de rentabilidade e aos seus trabalhadores as melhores condições de desenvolvimento profissional», sem esquecer o importante contributo para a aliança das civilizações, através do «caloroso acolhimento da companhia aérea portuguesa e o abraço alargado à diversidade e multiplicidade cultural dos destinos cobertos pela sua Rede».

Mesmo que no «cadernos de encargos» figurem coisas como «manutenção de postos de trabalho», «investimento», e «conservação da marca TAP», ainda assim a soberania nacional fica em risco porque deixamos de poder contribuir para o seu invejável equilíbrio financeiro, sem falar da crise de identidade que daí pode gerar-se.

Parece-me que é isto.

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