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Uma boa notícia. Richard Zenith é um dos melhores.
A primeira edição de Le Retour du tragique, de Jean-Marie Domenach, saiu em 1967 — foi publicado em Portugal pela Moraes logo no ano seguinte (O Retorno do Trágico), mas há algumas passagens que poderiam ser relidas com proveito, nomeadamente a propósito da leitura dos alertas vermelhos, laranjas e amarelos emitidos pela Protecção Civil e pela Meteorologia. Esta manhã, na rádio, o jornalista entrevistava um senhor dos bombeiros; a ideia era, obviamente, acompanhar ao vivo a tragédia iminente. O senhor dos bombeiros descrevia, com minúcia, a situação na cidade: sim, às seis da manhã choveu um bocado mais, depois parou, bom, é Inverno, está claro. O jornalista insiste: mas espera-se um agravamento para esta manhã; do outro lado do telefone: agora não chove, está vento, é o normal, não é?, é o normal. E então que incidentes já tiveram até agora? Bom, lá andámos a limpar umas sarjetas que estavam entupidas com folhas, é o normal, não é?, é o normal, há inundações, enfim. Mas caem árvores, não é? Sim, com o vento, é o normal, não é?, é o normal. Alerta vermelho até às três da tarde, a tragédia regressa.
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