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Antologia pessoal, 1.

por FJV, em 09.12.12



Soneto XXIX


Quando, perante os homens e a Fortuna,
Chorar o mal da minha condição,
Num pranto alto que o céu surdo importuna
Com meu destino e minha maldição,
E me quiser mais cheio de esperança,
Como este trajar e amigos possuir,
Daquele a arte, doutro a abastança,
Mais tenho o que menos posso fruir;
No desprezo que a mim voto, todavia,
Penso no vosso, e neste estado meu,
Como na alvorada ergue a cotovia
Da terra triste o canto em hino ao céu.
Pois é tão rico o vosso amor lembrado
Que nem p’lo dos reis troco o meu estado.

 

William Shakespeare 


[Tradução de Manuel Portela, publicado no blogue Casmurro, em Nov. de 2005]

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Lula não sabia de nada.

por FJV, em 09.12.12

A eleição de Joaquim Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi um dos factos mais importantes da vida política brasileira dos últimos anos. Não por ser negro; mas porque, com ele, pela primeira vez a Justiça brasileira enumerou as penas efetivas de uma série de políticos que, a partir do Planalto e do partido no poder (o PT), articularam um gigantesco esquema de corrupção — o mensalão. José Dirceu, o autor desse esquema, tentou mobilizar «a rua» para tirar eficácia às decisões do STF; em vão: na mesma altura rebentou o «Rosegate» (operação Porto Seguro), onde — mais uma vez — estão as assinaturas de Lula e de José Dirceu. Na sessão do STF de sexta-feira passada, o «intérprete» do PT no Supremo, Ricardo Lewandowski, chegou a declarar que «nem a Revolução Francesa» retirou os direitos políticos que o STF quer agora retirar ao bando que domina o PT e dominou o «governo Lula». Lula, claro, não sabia de nada. Mas, à medida que as decisões do STF forem sendo tomadas, mais investigações vão aparecer


Leituras: Parábola, Ele foi apanhado. Também, Eles foram apanhados. O Cerco, O cerco, Cronologia.

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Cinemas de antanho.

por FJV, em 09.12.12

  

 

Margarida Acciaiouli mostra, no seu livro Os Cinemas de Lisboa (Bizâncio), como os vários executivos camarários deixaram desaparecer as salas de cinema da capital (como o Condes, o Odéon, o Monumental ou o Império) – onde nasceram bancos, templos, escritórios ou centros comerciais. O problema é que «a nossa relação com o cinema mudou» e o negócio entrou em crise (mas as pipocas dão lucro), vencido pela especulação imobiliária. O público não diminuiu com o fim das salas comerciais – talvez elas desaparecessem devido à falta de público, a menos que se prolongassem apoios do Estado e das câmaras. Nem de propósito, a apresentação do livro é na terça-feira, no São Jorge; mas, ao contrário do que diz Acciaiouli, não é a única das «catedrais do cinema que resistiu». Não resistiu: é propriedade da Câmara.

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O cantinho do hooligan. Xanax.

por FJV, em 09.12.12

 

Durante largo período do jogo, pareceu-me que a maior parte da equipa tinha tomado Xanax, e do XR, o mais forte. Ou alinhavam como repolhos «no belo tapete verde», ou falhavam a baliza do bravo Moreirense depois de marcharem pelo campo (tirando dois passes magistrais de James e outros dois de Moutinho). Há duas perspectivas sobre o assunto: 1) o FC Porto ganhou por 1-0; 2) depois do Braga e do PSG, está na hora de diminuirem a dose de Xanax. Em qualquer dos casos, Jackson soma e segue.

 

[Não sei se o Nuno era adepto do Roberto Baggio, que fazia pontaria aos braços dos defesas para «arrancar» penáltis; calhava-lhe bem o Alex Sandro, que devia jogar com as mãos atrás das costas.] 

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