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1. Podia ser um problema psicológico, mas o nome é o mesmo: mentir. Já não se trata da diferença entre inalar e fumar, entre «I did not have sexual relations with that woman» e «I had an improper physical relationship with that woman». Trata-se de mentir.
2. Podia ser outro problema psicológico: enterrar a cabeça na areia. Mas não é a mesma coisa. Trata-se de errar em flagrante, de uma nódoa que precisa de ser removida.
Não é absurdo que o Instituto Nacional de Estatística seja obrigado a retirar algumas perguntas do seu inquérito do Census 2011. Absurdo é que a Comissão Nacional de Protecção de Dados não tenha sido chamada, antes, a dar o seu parecer sobre perguntas tão intrusivas. E que ninguém no INE tenha julgado necessário pensar duas vezes antes de mandar imprimir os inquéritos. Maus hábitos do Estado todo poderoso.
Ontem, como tinha tomado o meu Victan, dispus-me a ver «O Dia Seguinte» (na SicNot) para apreciar Rui Gomes da Silva; era inteiramente justificado. Passei meia hora a escutar, embevecido; compreendi por que razão foi ele sempre tão mau político e um dos grandes responsáveis pela débâcle do governo de Santana Lopes; percebi que aquela pobre alma atravessa uma crise de puberdade – em público.
Pessoalmente, com toda a sinceridade, o episódio das luzes apagadas no Estádio da Luz não me choca como poderia chocar. Era previsível que acontecesse alguma coisa desse género; desportivamente, tratou-se de uma infantilidade a que Luís Francisco, no Público, acrescenta esta coisa deliciosa: «Retenho um pormenor: assim que se percebeu que os jogadores portistas estavam a usar os repuxos do sistema de rega para fazerem a festa no relvado, estes foram desligados. Quer isto dizer que, enquanto os novos campeões nacionais celebravam a conquista do título, havia uma pessoa (pelo menos uma, mas até deviam ser mais) cuja única preocupação era estragar o momento...»
Durante meses, o Benfica preparou os seus adeptos para o bicampeonato; quando as contas estavam apertadas, tanto Jorge Jesus (à sua maneira, dizendo que não era de 8 a diferença entre FCP e SLB – mas de 5, uma vez que o Benfica esmagaria o FC Porto na Luz) como o meu amigo Juan Gabriel (à sua maneira, com um dicionário que nunca lhe ficou bem) acharam que o melhor era seguir em frente, só lhes restando a cena das luzes apagadas e do sistema de rega ligado. Que Medeiros Ferreira ache que os jogadores do FC Porto «poderiam ter sido mais comedidos nos festejos», é de uma ironia a toda a prova; com as luzes apagadas, eles só poderiam rir a bandeiras despregadas.
Como disse atrás, não me choca a decisão da direcção do Benfica (condenada, aliás, em editorial na última página de A Bola de ontem). Acho compreensível. É um grande trunfo que havemos de brandir em todas as oportunidades.
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