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Quando se juntam uma grande fome de leis e o entendimento de que a sua aplicação não pode ser limitada o resultado é sempre calamitoso. Nada causa tanto regozijo num legislador tarado e psicótico do que a possibilidade de alargar a sua área de influência até ao infinito, ou seja, até à casa das pessoas, moldando-lhe os hábitos, vigiando-lhe os vícios, proibindo-o de ouvir estações de rádio perniciosas, de beber licores de origem duvidosa ou de fumar um cigarro. Há livros que o legislador acha ofensivos? Há maneira de proibi-los. Este grande projecto de pura engenharia social tem pernas para andar, aviso-vos. Na vida, tudo é contrato vigiado pelo Estado. O Estado sabe o que é melhor. Há ainda um pequeno grupo de distraídos que fala de sensatez e de privacidade e de liberdade. Mas vai acabar. O império dos legisladores não conhece fronteiras, não reconhece limites. Nesta peça há ainda um jurista que reconhece – vejam bem – que «uma residência não poder apenas ser entendida como um local de trabalho, mas também um local que as pessoas habitam e onde têm a sua privacidade», mas acho que é o reconhecimento de uma excentricidade.
Lembrem-se da notável presciência da nossa diplomacia. Uma notável análise que tem em conta, necessariamente, os interesses portugueses e a aliança de civilizações.
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