[Na coluna do Correio da Manhã]
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Silêncio, silêncio. Mapas, atlas, livros de memórias, o extraordinário La Coca de J. Rentes de Carvalho, dois ou três livros mais, árvores ao crepúsculo. Nos próximos dias, o blog estará mais silencioso.
O Déjà Lu é uma página de leilões de livros já lidos. Poderíamos chamar-lhes livros em segunda mão, mas não é a mesma coisa: são livros que já fizeram companhia a alguém. E vão continuar a fazer porque o valor das vendas resultante dos leilões reverterá, na sua totalidade e de forma directa, para a APPT21 (Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21) e para o Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças.
Apetece muito que Leire Pajin, a ministra espanhola da Saúde e da engenharia social, se transforme numa matrona às antigas. Tarada.
A ideia de que “a juventude é que é”, que “a juventude tem sempre razão”, que “é preciso investir na juventude”, entre outras anomalias herdadas dos anos 70, criou um mundo de monstrinhos egoístas e salafrários – e manda-nos esconder os velhos, ou porque têm rugas, ou porque não fazem aeróbica, ou porque são um incómodo e fazem xixi na cama. É preciso afastá-los da vista. Depois de um ou dois dramas mais macabros, a atenção das pessoas regressa aos seus velhos, que o Estado, muito amável, trata por “idosos”. Uma sociedade que não gosta dos seus velhos, que não os protege, que não os salva da doença, que não os prepara para a velhice — não merece a sua sabedoria nem a sua melancolia. Favorece o medo e a angústia diante do futuro. E autoriza todas as formas de egoísmo.
[Na coluna do Correio da Manhã]
[Na coluna do Correio da Manhã]
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