Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Vai haver novos prémios literários. Candidatos, preparem-se.
1. A festa em redor dos resultados dos testes PISA é ligeiramente obscena, mas compreensível na atitude geral de José Sócrates como salvador da pátria. Softcore. Estatísticas são estatísticas e o governo é especialista em aproveitar todas as estatísticas, mesmo que sejam as suas; simplesmente, ao contrário desta falsidade (inverdade, na linguagem oficial) devidamente higienizada, datada de Janeiro de 2009 (e que nos deve pôr de pé atrás em todas as apresentações de power-point feitas pelo primeiro-ministro), os relatórios PISA devem ser tidos em conta. O que nos diz o quadro? Que Portugal subiu na avaliação da OCDE. Ponto. Subiu para 487 pontos numa escala em que a média é de 493 (contra 556 de Xangai ou 539 da Coreia — «mas eles são orientais»), o que representa uma notícia a acompanhar. A avaliação de conhecimentos de adolescentes com 15 anos dá conta de um esforço das escolas a partir de 2000 e com especial acento em 2006, ou seja, cobrindo vários ministérios e incluindo, naturalmente, Maria de Lurdes Rodrigues. Fundamentalmente, estou em crer, essa subida de 18 pontos deve-se à introdução de aulas de estudo acompanhado e, em menor grau, dos planos de apoio à matemática e do Nacional de Leitura. O que significa isso? Que foi graças às escolas que melhorou o rendimento escolar — e não ao sistema de vida em si mesmo, ou seja, ao modo como é encarado o papel da escola na vida dos estudantes (horas de estudo, treino, etc.).
2. O Alexandre Homem Cristo dá explicações sucintas e sérias, como de costume, mas permito-me discordar da sua desvalorização das provas de aferição. É que um dos mitos fulgurantes na ideologia dominante do Ministério da Educação consiste precisamente na dispensabilidade dos exames, dos testes, das provas. O anterior secretário de Estado Valter Lemos era, mesmo, um especialista em comentários a estatísticas e a resultados de exames, desvalorizando-os sempre que vinha a despropósito. As provas de aferição podem ter essa marca de inutilidade prática (não contam para a avaliação final), mas é a multiplicação de testes e de provas que permite uma melhor preparação para exames, inclusive para os PISA.
3. Há uma fase, na reforma do ensino, que assenta nos dados quantitativos (acesso à escolaridade, etc.); há outra que deve procurar a qualidade. Estamos na primeira fase. Estes resultados ainda não são a porta aberta para a segunda fase, infelizmente. A acreditar na ideologia do ME, isso ainda vai tardar.
A guerra é, agora, entre Carlos César e Matosinhos — para pagar a remuneração compensatória aos funcionários, o Executivo açoriano optou por "cancelar uma obra num campo de futebol”; precisamente na mesma altura em que a Câmara de Matosinhos anuncia que está disponível para comprar os estádios do Leça e do Leixões.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.