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País de denunciantes.

por FJV, em 13.11.10

Vasco Pulido Valente aborda hoje, na sua coluna, um assunto que o país detesta: o da página de denúncia de corrupção no site da PGR. Já aqui dei conta do seu maravilhoso funcionamento; o filtro do Firefox anuncia-o: «Esta ligação não é de confiança.» As auctoridades estão sempre prontas a aceitar que os denunciantes procedam em seu benefício, independentemente do sentido, do significado e das consequências e qualidade das denúncias. Pois se o Firefox diz que «a ligação não é de confiança», o que diremos nós da PGR e do DCIAP? Num país onde já tivemos um presidente da República, Jorge Sampaio, que defendeu a inversão do ónus da prova (com o apoio enlameado da populaça, naturalmente), este alegre convite à denúncia anónima dá uma ideia de como as auctoridades tratam as liberdades, o bom nome – e os denunciantes, colocando-os a salvo. Num país que conviveu alegremente com a Inquisição e a denúncia política, esta iniciativa é um mimo. Mas é também uma desculpa, caso o DCIAP e a PGR não cheguem a bons resultados nas investigações sobre corrupção (sobretudo quando se trata de políticos poderosos) — «Nós bem apelámos à denúncia...» Uma vergonhaça.

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Tua.

por FJV, em 13.11.10

Foto de Paulo Ricca, Público.

Independentemente do que se possa pensar ou discutir sobre o destino já anunciado da Linha do Tua, há nestes organismos do Estado uma concupiscência destravada e desleixada. Por exemplo, «um dos dois relatores do parecer do Conselho Consultivo de Cultura [que arruma a questão dizendo que a Linha do Tua não tem interesse dos pontos de vista arqueológico, arquitectónico, artístico, etnográfico, científico e técnico e industrial que justifiquem a sua classificação] ser um elemento que integra a Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens». Era preciso tanto desleixo? Era.

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Lembranças.

por FJV, em 13.11.10

«A facilidade, ou a corrupção, de certos espíritos é por vezes tão grande, e a febre que sentem alguns outros, que não são fracos nem maus, de fazer qualquer coisa é tão extraordinária, que, se não forem contidos nos limites que lhes são prescritos pelo temor da sua perda absoluta, haverá sempre quem seja antes levado a fazer maus tratados que a não fazer nenhum.»

Richelieu, Testamento Político

[Tradução de Carlos Leone]

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Ponto da situação.

por FJV, em 13.11.10

Paula Rego, The Dance

 

1. Os governos de coligação nascem de acordos pré-eleitorais ou «de incidência parlamentar» — não são feitos para salvar a face nem para salvar a Pátria que, aliás, suponho que não deseja ser salva, mas ter um governo decente, uma administração sensata e poder confiar. A experiência de governos de «salvação nacional» não é recomendável, tal como a nomeação de primeiros-ministros que não tenham ido a votos e resultem da conciliação de interesses que possam ser contestados na rua.

2. Uma coisa é um governo de coligação nascido de eleições ou de um acordo parlamentar; outra, um governo para salvar os negócios da república do bloco central; outra, ainda, um governo de coligação para salvar o actual, poupando-o ao desgaste e ao «escrutínio eleitoral».

3. José Sócrates nunca aceitaria um governo de coligação. Sócrates é um dos políticos mais hábeis do regime e não só acredita que o próximo ano trará números que lhe permitirão dar a volta por cima como, além disso, confia plenamente na capacidade (já demonstrada) do PSD em provocar trapalhadas. Ele conheceu o perfume do poder trazido por uma maioria absoluta conquistada nas urnas — não aceitaria sair pelo seu próprio pé e não tem razões para o fazer.

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Governo de coligação.

por FJV, em 13.11.10

Humor voluntário: «O ministro há muito tempo que tem essa opinião, tal como todo o governo.»

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Faltam seis dias.

por FJV, em 13.11.10

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Listas.

por FJV, em 13.11.10

Estamos feitos.

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García Berlanga.

por FJV, em 13.11.10

Este domingo, a não perder no ABC (suplemento XLSemanal) uma entrevista com Luis García Berlanga: «El dolor me jode, pero morirme me jode más.»

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