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Rotação.

por FJV, em 21.09.10

Um dos argumentos para o despedimento de Manuel Maria Carrilho (a ser rotação, conviria saber-se para onde segue) será o de não ter cumprido à risca as instruções das Necessidades quando se tratava de, em Setembro de 2009, votar em Farouk Hosni para o cargo de director-geral da UNESCO. De facto, uma desobediência inqualificável — que foi combinada com o próprio ministro Amado; acabou por ser o número dois da missão de Portugal na UNESCO a votar a ignomínia. Porque, naturalmente, apoiar para o cargo de director da UNESCO um Farouk Hosni só se compreende do ponto de vista dos mistérios diplomáticos. Mesmo assim, como não se trata de petróleo da Líbia nem de pérolas de Caracas, teria sido conveniente que as Necessidades explicassem que virtudes viam num cavalheiro com aquele curriculum. E, se virtudes não existissem, então que fosse dito com clareza sussurrada, que devíamos qualquer coisa ao Egipto (uma passagem no Suez) ou que iríamos pedir qualquer coisa ao Egipto (um lugar na ONU). Compreendia-se. Já fizemos muito pior, embora votar em Farouk Hosni para presidir à inútil trapalhada da UNESCO não deixasse um rasto de glória nos corredores das Necessidades.

Portanto, se é esse o argumento, Manuel Maria Carrilho limitou-se a ser uma pessoa decente que não votou em Farouk Hosni mas deixou que o governo português apoiasse um anti-semita, censor e polícia para a UNESCO. Agora, se por cúmulo penal, lhe assacam culpas por ter denunciado o embuste do arraial tecnológico, além do programa das Oportunidades, merece que os seus argumentos sejam muito bem discutidos. Mas era mais fácil despedi-lo.

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Sobre o assunto.

por FJV, em 21.09.10

José Medeiros Ferreira sobre o afastamento de Manuel Maria Carrilho:

«Manuel Maria Carrilho aceitou ser embaixador na UNESCO e saiu da Assembleia da República para o efeito. Dois anos depois é substituído. Como entretanto houve eleições para a AR, Carrilho perdeu também o cargo de deputado. Carrilho é uma personalidade política competente, estudiosa, com ideias próprias e com a coragem necessária para as defender. Mais um em processo de centrifugação. Depois queixem-se da qualidade dos políticos.»

A vida dá voltas (esta frase vai repetir-se).

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De passagem.

por FJV, em 21.09.10

Montreal.

(A encerrar, os chefs Helena Loureiro, do Portus Cale, e Manuel Martins, do Vintage —

duas das referências gastronómicas de cidade.

No domingo passado, Helena Loureiro fazia a capa do magazine do Gazette.

Manuel Martins cozinhou ontem à noite um arroz de bacalhau fantástico.)

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