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Eh lá.

por FJV, em 26.08.10

Bravo, Sporting.

 

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Série Literatura Geral. E também Jack Kerouac.

por FJV, em 26.08.10

 

The Go Betweens, «The House Jack Kerouac Built»
O que começou por ser uma brincadeira ameaça transformar-se numa série. Primeiro com Rachel Bloom a homenagear Ray Bradbury; depois, com Sufjan Stevens e a sua canção sobre Saul Bellow. O Miguel Noronha lembrou, e bem, esta homenagem dos Go Betweens a Jack Kerouac (obrigado, Miguel). Há mais, vêm aí a seguir.

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E agora, Saul Bellow.

por FJV, em 26.08.10

 

Sufjan Stevens, «Saul Bellow»

 

Depois do vídeo de homenagem a Ray Bradbury, deixo-vos uma homenagem a Saul Bellow — a canção de Sufjan Stevens. E, abaixo, as capas de Morrem Mais de Mágoa (publicado em Maio passado) e de As Aventuras de Augie March (que sairá daqui a umas semanas, em Setembro — seiscentas páginas fatais):

[Capas de Rui Rodrigues, Quetzal]

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Papelaria.

por FJV, em 26.08.10

O encerramento da Papelaria Fernandes estava decretado há muito, não sei se por má gestão, se por exorbitância do crescimento — ou se pelo «depressa dos tempos». Eu visitava a PF para comprar tinta, lápis, papéis e blocos. Já não havia a colecção de canetas de tinta permanente a preço médio; os blocos eram maus e pouco originais; às vezes não havia os marcadores que eu queria. Mas era outro tempo, esse, quando vim de uma cidade de província e descobri «os materiais para escrever» de uma grande papelaria. Lápis, aparos, canetas, tintas, blocos, cadernos, papéis soltos de qualidades muito diversas. A minha mochila de inter-rail vinha carregada de cadernos suecos, alemães e holandeses (os meus colegas mais «franceses» usavam os sucedâneos Gilbert Le Jeune), de capas grossas e papéis densos. Na falta destes, e muito antes de Luis Sepúlveda me ter oferecido o primeiro Moleskine (a revista LER, há muito tempo, antes do sucesso de Sepúlveda, já publicava textos do chileno), os cadernos da Emílio Braga serviam perfeitamente, com as suas capas negras e lombadas vermelhas, até ter descoberto — em Guimarães — a maravilhosa Livraria & Papelaria Lemos, com os seus blocos encadernados com guardas de couro e papel almaço de 90, 100 e 120 grs. Depois disso, encomendei cadernos na Livraria & Tipografia Beira-Douro, na Régua, onde se imprimia (a chumbo) o Notícias do Douro e onde se guardava uma cadeira para «o sr. dr.», e «o sr. dr.», que conheci, era um homem amável na relação com os outros e quezilento em matéria literária, João de Araújo Correia. Houve mais, mas antes: na Tipografia A Gutemberg, em Chaves (a mesma que vendeu a primeira máquina de escrever a Fernando Campos, uma Olivetti Lettera 25, com que mais tarde escreveu A Casa do Pó — tive uma, oferta do meu pai, anos depois, e verifiquei que Fernando Assis Pacheco matraqueava — com dois dedos apenas — numa idêntica, quer no Diário de Lisboa, quer no O Jornal), encomendavam-se blocos à medida, com encadernação à escolha. Um amigo, António Villanova, teve a sorte de o pai lhe juntar a colecção de cento e tal exemplares de O Falcão com as histórias do Major Alvega (Jaime Eduardo de Cook e Alvega, aviador luso-britânico) e de a mandar encadernar na A Gutemberg com uma correcção próxima da bibliofilia (à razão de dez números por volume, cartão marchetado de 300 grs., com lombada de linho e guardas de crepon de 120 grs. — uma preciosidade). A Tipografia Azevedo, nos arredores da cidade, também se encarregava de formar blocos com restos de papel, mas a escolha era mais criteriosa (o proprietário era um retornado de Luanda) e foi a primeira vez que passei os dedos em papel Conqueror. Mas, repito, nada como a Livraria & Papelaria Lemos, de Guimarães, onde o meu compadre Manuel Hermíno Monteiro e Miguel Bastos (o livreiro da Castil Alvalade) também se abasteciam, antes de dar uma volta pelos alfaiates do centro (de onde voltavam ora com suspensórios, ora com camisas encomendadas e desenhadas à medida). Isto até ter descoberto uma loja em Estocolmo, onde, de mochila às costas, à espera de um comboio nocturno, entrei para ver cadernos; escolhiam-se os papéis, o número de folhas de cada bloco, a encadernação — e estavam prontos no dia seguinte. Encomendei e voltei lá uma semana depois (vantagens do inter-rail da época), recolhi-os e ainda tenho um desses cadernos. Vinte anos depois regressei à mesma loja e fiz uma encomenda idêntica. Escrever em cadernos é um prazer cada vez maior. Muita gente descobriu-o ou redescobriu-o com o sucesso dos Moleskine (periodicamente vou a Leiria, à Livraria Arquivo, onde há todos os modelos, todos os formatos, e todas as possibilidades de encomenda) — e é uma forma de resistir ao teclado permanente que cerca as nossas vidas. Por isso, o encerramento da Papelaria Fernandes é também o fim de uma época. Durante anos, a Fernandes tratava mal os seus clientes e não percebeu que o mundo ia mudar. Nos últimos anos, não tinha um único bloco que apetecesse comprar. Mas enfim, é uma época.

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