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Estava a trabalhar e não pude ver o jogo — habitualmente, nestas condições, oiço pela rádio. A RR não transmitia (um absurdo) e não conseguia, pelo computador, escutar as emissões ou da TSF ou da Antena Um. O remédio foi ouvir uma estação de rádio espanhola, a Cadena SER. Foi até ao 0-2. Houve um problema qualquer no «stream» e procurei outra, a Radio Sevilla FC – que outra podia ser? Foi o golo de Fabiano. Daí em diante, já na Cadena SER outra vez, festejei a vitória do SC Braga a ouvir os comentários e a narração em espanhol. Soube melhor. Um grande jogo, vi depois o resumo; um grande treinador. Ia a escrever treinaor, como se pudesse ter ressonâncias andaluzas. Um entrenaor no tablao.
Ella Gwendolen Rees Williams é um nome que lembra as irmãs Brontë, por exemplo – e tanto Um Vasto Mar de Sargaços, que evoca Jane Eyre, como Bom Dia, Meia-Noite (Bertrand), merecem esse empréstimo. Mas o nome que tornou conhecida Ella Gwendolen, que nasceu faz hoje cento e vinte anos (1890-1979), é Jean Rhys. Em 1966, Um Vasto Mar de Sargaços, que nos transporta à primeira metade do século XIX (na Jamaica) foi uma surpresa literária mais do que agradável; Rhys, que nascera na bela ilha de Domínica (nas Caraíbas), captara a essência mais destrutiva da vida colonial e falara da sua grande solidão feminina, do desapontamento amoroso e do poder da memória. Depois disso desapareceu. Voltou episodicamente; a sua fragilidade nunca desmentiu a grandeza do seu livro.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
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