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Acasos, 28.

por FJV, em 25.05.10

 

The XX, «Crystallized»

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A embaixada ao Papa.

por FJV, em 25.05.10

Tomás Vasques lapidar sobre os gastos do Estado: «Enquanto o Estado gastar como gasta e gostar de exibir uma riqueza que não temos, não saímos da cepa torta. E o esforço actual dos portugueses é inútil enquanto não tivermos um Estado que sirva os cidadãos e não um Estado que se sirva dos cidadãos.» O ouro e as fortunas gastas na embaixada de D. Manuel I ao Papa continuam a pesar-nos na bolsa e a ser uma lembrança nos maus hábitos do Estado.

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«Jornalismo cidadão.»

por FJV, em 25.05.10

As cartas dos leitores na imprensa inglesa vale uma antologia (não tanto como as suas colunas de obituários, evidentemente – há algumas recolhas em livro, muito boas, do Times e do Telegraph). No Telegraph de hoje, esta, que não resisto a transcrever e que prova que um jornal conservador tem de fazer valer os seus princípios:

 

«SIR – Now that summer is here, how do I find a summer dress that is not a short, strappy one designed for youngsters?»


Só isto – é o resumo de um tratado de sociologia.

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A reencarnação Whig.

por FJV, em 25.05.10

Vale a pena seguir com atenção a política britânica e o acordo entre os conservadores e os liberais. Antes disso aconselho uma consulta a este post do Francisco Mendes da Silva; de facto, a ignorância das meninas e meninos «do Internacional» das televisões e jornais em relação à história do sistema partidário inglês é de estarrecer.

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Sociedade de informação, 2.

por FJV, em 25.05.10

Evidentemente, não é só em Portugal. A onda pateta varre todos os continentes. Comecemos pelo nosso, como informa o Times: «Now MEPs have decided that, financial crisis or not, they will snaffle a taxpayer-funded Apple iPad for every member once the latest computer must-have is launched on the European market.» Ou seja: cada eurodeputado receberá um iPad para poder manter-se online e estar informado. Isto custará 5 milhões de euros, aproximadamente.

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Manuel Teixeira Gomes

por FJV, em 25.05.10

Esta semana – depois de amanhã – assinalam-se os 150 anos do nascimento de Manuel Teixeira Gomes. É uma comemoração dupla. Por um lado, há quem celebre o político, que foi o nosso sétimo presidente da República; por outro, o autor de Agosto Azul, Sabina Freire ou Maria Adelaide, livros infelizmente quase desaparecidos das nossas livrarias. Há, em Teixeira Gomes, uma marca de drama pessoal que merece ser estudado, e que relembra a forma como um presidente da República (por dois anos, entre 1923 e 1925) decide abandonar o país e procurar refúgio na Argélia, o que diz muito sobre a política e a moral da época, mas também sobre a sua natureza de literato mal convertido à política (uma lição negativa). Um século depois o seu nome suscita ironias, lamentos – e a melancolia que sucede à tragédia.

[Na coluna do Correio da Manhã.]

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Museus.

por FJV, em 25.05.10

Está a circular uma petição em defesa do Museu de Marinha. Porquê? Porque o museu fundado pelo rei D. Luís pode fechar as portas e ser transferido para um hipotético Museu da Viagem, dedicado aos Descobrimentos e defendido pela ministra da Cultura. Já aqui falei do assunto. A ideia tem algum sentido – menos do fazer um Museu da Língua, como queria a ministra Isabel Pires de Lima. O problema é que mudar a linguagem não basta para mudar a realidade. Se há acervo para um museu “da viagem”, que se use; se não há, cumpre recolher a proposta. Um museu dos Descobrimentos, se eu conheço os atuais “proprietários” da área, iria desvalorizar o material do Museu de Marinha e condená-lo a um apêndice. A questão não é só museológica. É ideológica. E não se fazem museus por decreto.

[Na coluna do Correio da Manhã.]

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Ora aqui está uma perspectiva.

por FJV, em 25.05.10

José Medeiros FerreiraSinceramente não acho que Cabo-Verde tenha feito uma boa exibição contra Portugal. Não podemos estar sempre a falar bem dos outros e a desculpá-los com o pouco tempo de ‘entrosamento’, sobretudo sem nada saber sobre como e onde decorreu o estágio da equipa insular.»

Exacto. Já quanto a Portugal, conseguiu o empate (Cabo Verde é a 117.ª selecção do ranking FIFA), garantiu o empate, não foi mau.

 

Quase na mesma linha vai o André: «Assistimos hoje, no jogo realizado contra a poderosa selecção de Cabo Verde, a uma brilhante estratégia de Carlos Queirós para fazer os adversários de Portugal no Mundial acreditarem que a selecção portuguesa joga de forma desorganizada, desconcentrada e atabalhoada. Estamos no bom caminho

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Violência doméstica.

por FJV, em 25.05.10

Informou este jornal que há um ambiente de grande preocupação no Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência Doméstica, em Moçambique. O caso é que na província de Nampula, no norte do país, começa a ser “alarmante” o número de homens agredidos e maltratados. Em consequência – nos últimos tempos – 41 mulheres “foram abandonadas pelos maridos” devido à conduta violenta das suas companheiras. Para quem leu os livros de Paulina Chiziane pode não haver muita surpresa; os antropólogos falarão do “sistema matriarcal” que reina entre os planaltos e os campos de algodão; e há quem assinale que em África as coisas acontecem da maneira correta. Seja como for, justifica-se a ironia: depois da guerra os homens apanham, para aprenderem a comportar-se em casa.

[Na coluna do Correio da Manhã.]

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Sanguinetti.

por FJV, em 25.05.10

Na morte de Edoardo Sanguineti (1930-2010) recordo que li uma antologia sua na minha adolescência. Foi estranho alguém falar na “na possibilidade da contemplação”. Mas li-o sobretudo como crítico (Sanguineti era um estudioso de Dante – publicou um ensaio provocador, Dante Reacionário – ou de Bocaccio, além de um grande especialista em estudos clássicos, gregos e latinos): inteligente e moderno, quase tanto como “alinhado” com o partido comunista, antes e depois da queda do Muro de Berlim (“nem em Cuba existe socialismo”, dizia), o que não lhe roubou a capacidade de encantar-se com as palavras e a poesia. Este genovês cosmopolita dizia que a poesia não estava morta – mas leva uma vida clandestina. São muito diferentes os caminhos que levam até ela.

[Na coluna do Correio da Manhã.]

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