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«A administração do banco norte-americano Goldman Sachs revelou ontem ao mercado que antecipa ser confrontada com acções judiciais que irão afectar ”a forma como faz negócios” e os lucros da instituição.» Tenham pena, tenham.
Inevitabilidade. As coisas inevitáveis (aumento do IVA, redução de 1/4 sobre o subsídio de Natal, etc.) não pode ser confundidas com medidas normais tomadas por um governo — são medidas excepcionais a que ele é forçado. Apoiamos? Não; são, simplesmente, inevitáveis — o governo é obrigado a isso porque foi empurrado por várias circunstâncias. Seria mais fácil, para o governo (mas também significaria bater no fundo), ser obrigado a tomá-las por uma entidade externa, como o FMI («Nós não quisemos, são eles, os malandros dos estrangeiros, o capital financeiro...»), como aconteceu antes. O problema é saber o que vai fazer-se dos 3 mil milhões de euros que resultam destas medidas; destinadas «a abater no défice»?, ao «programa de investimentos públicos»? à Grécia? aos juros da dívida? Sim, ao défice. Nenhum primeiro-ministro tinha feito tanto para o combater.
Conheci Joaquim Vital (1948-2010) em Casablanca, longe de Paris e de Lisboa. Não se tratava apenas de um editor português em França, onde vivia desde 1973, depois de sete anos de exílio em Bruxelas; era o editor de La Différence – o que significa que publicou excelentes livros (de ensaio, ficção e arte) e bons autores (com ele aprendi a gostar de literatura marroquina). Surpreendeu-me a sua afabilidade (que contrastava com a fama de ser irascível) e, ao mesmo tempo, a ironia delicada e excêntrica com que falava de Portugal e de literatura. A sua morte na passada sexta-feira, em Lisboa, deixou-nos sem um interlocutor. Mais do que isso, para não sermos egoístas: deixou a Europa sem um editor à moda antiga, que publicava livros de que gostava. O que é cada vez mais raro.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
É a terceira edição de O Velho Expresso da Patagónia, de Paul Theroux — uma aventura de comboio, de Boston à Patagónia, e que termina com um encontro com Jorge Luis Borges em Buenos Aires. Para quem gosta de comboios, para quem gostava de atravessar toda a América (EUA, México, Guatemala, Panamá, etc, etc), para quem gosta de viajar.
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