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As sanduíches club. Ou do género, servidas em hotel e vagões de comboio. Não compreendo como alguém julga que é cómodo comer uma sanduíche com três fatias de pão. Se fossem duas fatias, ok. Se fossem quatro, sempre se podiam dividir em duas. A modalidade de três fatias implica que o comensal deva abrir a boca de modo a conseguir um túnel de 5 centímetros, o que não é nada elegante. Por outro lado, quando se vai deglutir uma sanduíche de três fatias apresentam-nos uma faca e um garfo, e a tentação é a de produzir fatias certinhas, coisa que geralmente não é possível, dada a sobreposição de camadas tectónicas (de tomate, alface, milho, ovo, presunto, queijo, frango, grãos de romã, fatias de kiwi, rodelinhas de azeitona sem caroço, alcaparras espanholas, maionese, melão, espinafre, beldroega, e até picanha argentina e duas medidas de gin) que parecem o fundo do mar diante da Califórnia. Uma sanduíche de três fatias de pão é um desafio às leis da gravidade e à herança do sr. John Montagu, 4° Conde de Sandwich, que num dia de whist um pediu uma porção de carne entre duas fatias de pão, coisa que o nosso el-Rei D. Afonso, o Gordo, já devia ter tentado antes, se não me engano.
A questão, aqui, nesta reportagem, não é o ruivaco-do-oeste — é mesmo a destruição permanente da água e do leito dos rios, da flora ribeirinha, da fauna aquática. Neste caso, o Sizandro e o Alcabrichel. É uma excelente reportagem, que devia multiplicar-se por histórias sobre todos os nossos rios.
Fazem-se coisas tremendas com o Excel. Uma delas é a descoberta de que a auto-estrada do Pinhal Interior dará um lucro de aproximadamente €189m. Quem trabalha numa empresa sabe que se podem manejar as contas, inflacionar as receitas, mascarar ou esconder uma parte das despesas, diminuir artificalmente os custos, apresentar um plano aceitável, limpinho, decente, apetitoso. Mas, de facto, não o faz — porque será responsabilizado por isso. Já para calcular a relação custo-benefício de obras públicas, a imaginação é a de um romancista sul-americano. Mas dos descarados.
Apesar de não ser versado em mandarim, o Nuno M. P., no outro lado do Atlântico, resolveu os problemas que afectavam o Mar Salgado durante o dia de ontem. Já pode ler-se. Sem querer insinuar que Washington é o centro nevrálgico de Coimbra, bem entendido – já que o FNV e o VLX não se atreveriam a mudar de template, quanto mais de endereço do blog. Foste, portanto, tu, ó homem de Georgetown.
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