Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Figo foi ilibado do «caso Taguspark». É natural e tem lógica. Há coisas que não se escrevem em lado nenhum, nem num contrato.
O blogue chama-se Dias com Árvores e constitui sempre uma visita apaixonante. Num país que despreza árvores (basta ver como as cidades se desfazem dos seus parques, das suas pracetas e alamedas, ou como são poucos os visitantes dos jardins públicos e os caminhantes dos parques nacionais), o blogue fala diariamente de uma espécie botânica, de uma árvore ou de um jardim. O Livro da Natureza é pouco lido pelos portugueses que, pelas estatísticas, passam 30% do seu “tempo livre” participando “nas redes sociais”. Uma árvore é um testemunho de grandeza e de eternidade e o blogue Dias com Árvores contraria o espírito dos tempos, inventariando árvores, a nossa geografia sentimental ou a forma como a paisagem se constrói. Por mim, condecorava esta gente.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
O GD Chaves está no fundo da tabela. Mesmo assim. A vitória de ontem foi um regresso à minha infância, quando o velho estádio, junto do Forte de S. Neutel, era um campo de saibro que empastelava com as chuvas e onde vi os primeiros jogos de futebol a sério. Jogos contra o SC Vila Real (naturalmente, estes perdiam sempre), o Mirandela, o Bragança, o Régua (com as camisolas em losangos), o Vizela, Limiano, Riopele (um dos mais belos equipamentos que já circularam pelos nossos estádios) — e com aquele trio defensivo fatal, Lisboa, Rocha e Malano, além de Albino, Rendeiro, Adão, Tony ou Soares dos Reis (um guarda-redes que se excedia contra o Vila Real, como de costume). Assisti a duas invasões de campo, uma delas na sequência de um canto mal marcado (agredia-se um árbitro por razões sérias) e outra depois da expulsão de um jogador do Chaves que se limitara a pontapear um extremo do Vila Real (um dever de qualquer jogador da casa). Depois, ainda assisti a jogos onde havia os nomes de Raul Águas (na altura falava pouco, o que era suportável; foi jogador-treinador na sequência da saída de Álvaro Carolino), Fonseca (o guarda-redes com o bigode mais volumoso do futebol português), Noureddine (um marroquino excêntrico), António Borges (uma cabeleira inesquecível, mesmo quando andou pelo Sp. de Braga e pelo Sp. da Covilhã), Carlos Areias, Jorge Plácido, Padrão, Kiki, Vivas, Jorginho, Ferreira da Costa, Radi Zrdavkov ou Rudi (estes, ligados à primeira passagem pela I Divisão – e a um afastamento da Taça Uefa pelo Honved, depois de ter eliminado o Universitat Craiova), Carvalhal (esse mesmo) ou Bastón (o guarda-redes que sofreu o golo mais caricato da história do clube, contra o Sporting, depois de ter tentado fintar Iordanov). Seja como for, o melhor é parar.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.