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Silver Jews, «I‘m Getting Back Into Getting Back Into You».
José Manuel Fernandes é a contratação de Inverno do Blasfémias.
Não sei como epxlicar. É um momento único. Meses e meses a tratar do assunto, temendo a caixa do correio, as repartições, os telefonemas, pagando, pagando, pagando, pagando sempre. E, finalmente, quando menos se espera, vem um cheque do Tesouro — regalado com os meus pagamentos — fazendo-me sorrir pela primeira vez.
Alguma coisa isto deve querer dizer. Em primeiro lugar, quer dizer que os pedagogos teóricos profissionais do Ministério da Educação — há quanto tempo não dão aulas?, há quanto tempo não vão às escolas? — estão a entrar na mó de baixo. Era bom que ouvissem os professores.
Acho que só tinha vertido uma lágrima por causa de uma série de televisão, mesmo assim muito anterior ao Verão Azul, claro, creio que Les Galapiats (Pequenos Vagabundos). Mas Invictus devia ser vedado por esse motivo. Uma pessoa desfaz-se, comove-se, esquece. Um direito como qualquer outro.
Durante uma legislatura e uma campanha eleitoral defendem-se obras públicas, «avaliação dos professores», leis, iniciativas, até ideias. Não um ano depois, não um semestre depois — mas umas poucas semanas depois, tudo vai sendo abandonado. Ricas convicções. Não servem para avaliar o trabalho do governo mas as convicções e as promessas anteriores. Afinal, era tudo mais ou menos flutuante. Dependia.
Ah, fantástico e avisado ditado este: «Quem não deve, não teme.» Isso. Entretanto, a «violação de dados pessoais deu 745 processos durante 2009». Nada mau para um país de suspeitos.Um país livre, sem dúvida, onde há poucos liberais à moda antiga.
Ah, e os que duvidaram do TGV, da nova rede de estradas e de auto-estradas (já o aeroporto é outra história) e, portanto, foram catalogados na secção dos descrentes, dos pessimistas e infiéis, também têm direito a uma palavra do ministro Teixeira dos Santos.
«Eu engano-me mas não engano», disse hoje o ministro Teixeira dos Santos. Sejamos generosos, compreensivos e tolerantes com o falhanço de previsões do governo. Gostava era de recordar os adjectivos com que foram atacados todos os que não acreditaram nessas previsões — e nas do Banco de Portugal, por arrasto.
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