Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nada impediu a vitória.
Vale a pena conhecer os rumores do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da RTP e o modo como se segue, à risca, a tese de Rui Gomes da Silva.
Regressa este sábado o A Torto e a Direito, na TVI24. Este fim-de-semana em directo, às 22h00, logo a seguir ao debate Sócrates-M. Ferreira Leite. Ali estaremos: a Constança Cunha e Sá, o João Pereira Coutinho, o Francisco Teixeira da Mota e eu. Para quem não tem acesso à Zon/Tv Cabo, pode ver-se aqui em directo.
Só ontem vi Muž bez minulosti (Homem sem Passado, a versão checa de Longe de Manaus, colecção Transatlantika, da editora Garamond, tradução de Lada Weissova, publicado no início do Verão). Edição muito cuidada. Bom para recompensar os acidentes da semana.
Zé Alberto, meu caro: vais à procura do vídeo e depois? Imagina que encontras o(a) responsável. O que fará a RTP? Processa-o(a)? Faz queixa à ERC? Abre o Telejornal com o anúncio do nome do(a) prevaricador(a)? Organiza um debate a seguir às eleições? Chama a polícia? E diz-me, já agora: o vídeo é assim tão criminoso só porque o primeiro-ministro confirma que é «o sexto homem mais elegante do mundo» depois de Judite de Sousa lhe ter lembrado que foi eleito «o mais sexy» (o PM mostrou algum humor, aliás, dizendo que os votos tinham sido do Largo do Rato...), ou porque tenta fazer uma piada sobre Manuela Moura Guedes? Ou porque se nota uma estranha cumplicidade naquele ambiente?
O Lourenço, sempre atento, chamou a atenção para um problema de legalidade em matéria de direito ao voto. Carolina Patrocínio continua.
A zona da Ribeira, no Porto, está agora sob videovigilância. Esta notícia enche de júbilo os fanáticos do progresso tecnológico, e pode deixar mais tranquilos os especialistas em segurança, preocupados com “a noite do Porto”. George Orwell desenhou este cenário de Big Brother. O cinema ampliou-o. A realidade esconde-o. A verdade é que, nas cidades em que a videovigilância está montada, como em Barcelona, por exemplo, três em cada quatro habitantes não querem dispensá-la. A liberdade ou o direito à privacidade já não são valores intangíveis e defendidos a todo o custo – e as multidões dispensam-nos com o alívio de quem se contenta com uma “vida sem autonomia”: uma vida vigiada, escrutinada, mas relativamente segura. No fundo, a conclusão não devia deixar-nos felizes.
[Na coluna do Correio da Manhã]
Atenção ao lançamento de 2666 na noite de 25 para 26 de Setembro, na Ler Devagar (Lx Factory), com direito a música (o dj é Pedro Vieira), leitura de fragmentos do livro (com Beatriz Batarda, Tiago Gomes, José Eduardo Agualusa, José Mário Silva e Carlos Vaz Marques), margueritas e shots de chili. Mas a surpresa maior está ainda guardada – bibliófilos, guardem umas moedas.
Ver aqui o documentário Bolaño cercano, com um texto de Roberto Bolaño lido pelo seu filho e um depoimento de Enrique Vila-Matas.
Completamente de acordo com o António Figueira. E o pior, António, é que de cada vez que mudam, mudam para pior.
Sim, Filipe. Boas estatísticas entre 1901 e 2000. O dr. Salazar também esteve mais tempo à frente de um governo e não é por isso que começas a fazer rimas.
Discute-se bastante sobre quem ganha os debates durante esta campanha eleitoral. Depois de cada um deles, vários comentadores discutem na televisão acerca do provável vencedor, do derrotado e dos deslizes cometidos para gáudio do povo, que aprecia o género. Não se trata de debates propriamente ditos, mas de encontros em que cada candidato esboça o essencial do seu programa e, depois, há uma troca de galhardetes sobre minudências que ficam soltas. A opinião desses comentadores varia muito. Ora sublinha “o que foi dito” (que devia contar mais) ora salienta a “inteligência” (ou seja, a capacidade de piscar ambos os olhos ao mesmo tempo). Mas há uma coisa que o eleitor também preza: o olhar. É um fragmento de luz, mas o gene da confiança nasceu aí, exactamente aí. Mistérios.
[Na coluna do Correio da Manhã]
Um tribunal decidiu que o editor Guerra e Paz tem de retirar do mercado todos os exemplares de ‘Maddie: A Verdade da Mentira’ e que não pode vender os direitos para o estrangeiro. Que o tribunal decida, um ano depois, que o livro não pode vender-se entre a ilha do Corvo e a fronteira do Gerês – pode ser estranho, mas está nas suas atribuições. Impedir a venda do livro para o estrangeiro é não apenas um excesso mas também uma decisão que ultrapassa a sua competência. Segundo algumas interpretações, significa que estão também proibidos livros que defendam a mesma tese do autor – ou seja, estabelece-se a censura prévia. O dinheiro dos contribuintes não serviu, até agora, para fazer uma investigação definitiva do caso. Mas, pelo sim, pelo não, fica mais barata a censura.
[Na coluna do Correio da Manhã]
De volta com novo grafismo, o blog de Joel Neto.
Pobre gente e pobre país que aprendeu a viver no oásis e descobre que mal tem dinheiro para pagar as contas, mas que se endivida para frequentar a terapia.
O Pedro Lomba regressa à blogosfera num blog (Sete Sombras) nascido sob o signo da amizade.
O tema devia suscitar mais do que um sorriso de contemporização. É um dos mais belos livros de Cícero (De Amititia, que data de 44 a.EC): «Nenhuma virtude é tão rara e tão próxima do coração do homem como a amizade.»
Já me esquecia: quem se interessa por livros antigos, pelo cheiro do papel, pelo timbre das velhas páginas, visite D'Outro Tempo, um blog de Adelino Correia Pires.
Mário Soares percebeu à distância o que se estava a tramar. Por isso, ele que não achou que fosse censura o facto de Hugo Chávez ter encerrado uma estação de televisão na Venezuela, também acha que o silenciamento do ‘Jornal Nacional’ da TVI é um mero acto de gestão interna. Ou seja: desdramatizou o assunto porque sabe que é matéria sensível. Se Soares estivesse na política activa, Sócrates já tinha sido dizimado – porque a oportunidade é de ouro e um velho e experiente democrata sabe sempre onde dói mais. Com Soares em boa forma, o ‘caso TVI’ transformava-se em ‘caso República’. Aprendizes, é o que é.
Salvo excepções muito localizadas, a política na blogosfera tem pouco a ver com a política propriamente dita; é um exercício de aproximações e de simpatias. Isto acontece desde que o território da moral entrou definitivamente na política e desde que a política passou a tratar de assuntos que são da mais estrita responsabilidade individual. Há duas coisas fundamentais que, em momentos de debate eleitoral, deviam entrar no debate com carácter de urgência: 1) no plano nacional, saber se as finanças públicas suportam as promessas, os desvarios, os projectos e os programas de cada partido -- e se, havendo dinheiro, ele é nosso; ou seja: como está o nosso endividamento. 2) no plano individual, saber se vamos ou não pagar mais impostos.
Ter grandes projectos, grandes ideias, muita vontade de transformar a pátria, de construir auto-estradas inúteis, de pôr a andar comboios de alta velocidade com utilidade duvidosa -- e fazer isso tudo com o dinheiro dos contribuintes -- deve supor que os contribuintes pensem se estão na disposição de ceder dinheiro seu para que se faça a monumental obra em discussão. Ou seja, se estão na disposição de hipotecar a sua vida.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.