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A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género promove uma “festa/acção de Sensibilização Contra a Violência no Namoro”. É bom e previdente. Namoro e violência, por princípio, não andam de mãos dadas. Os jornais andam cheios de notícias sobre casais de namorados adolescentes envolvidos em cenas de pancadaria. O problema é o do costume: primeiro, fecha-se os olhos ao papel disciplinador da escola porque, coitadas, as crianças não suportam caretices; depois, o afecto foi transformado em puro sexo, porque aos 12, 13 anos, as crianças andam de camisinhas no bolso e vêm aos gritos exigir educação sexual nas escolas como um direito sindical; finalmente, ninguém lhes dá dois estalos ao segundo sinal de má-criação. E é isto: temos o Estado a disciplinar o namoro, de cócoras.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
De cada vez que a selecção perde há em mim dois sentimentos contraditórios: um, manda-me aceitar o resultado e marchar, triste e solidário, no caminho dos derrotados; o outro ordena-me que sorria e fique ligeiramente satisfeito com o comportamento da canalha em campo, um bando de paquidermes mimados e tratados a pão-de-ló – por terem confirmado que isto é tudo uma choldra. Seja como for, levar seis golos de uma selecção treinada por Dunga é mais do que triste; é deprimente. Uma pessoa vê aqueles jogadores na televisão, de crista levantada, e o pessoal da selecção, com o Prof. Pardal à frente, carregando a mala das vaidades, e não sei, não sei. Há dois sentimentos contraditórios: um, é vir para o jornal dizer que eles jogam um futebol de merda; outro, é acrescentar-lhe que são uns paquidermes mimados.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
As coisas devem ser feitas em grande. E nós, portugueses, que não poupemos nisso. Dias Loureiro contou na televisão que conheceu El-Assir, que o apresentou ao rei de Espanha para jogar golfe e, depois, a Bill Clinton. Os banqueiros e a finança têm os seus contactos, como se sabe. Um traficante de armas, um presidente, um rei – fazer negócios é ter influência para abrir portas aqui e ali, tanto no Banco de Portugal como nos corredores da política. É assim o mundo. Mas, ao que parece, também imitamos outros velhos hábitos. Por exemplo, veja-se o caso de um juiz cuja casa foi assaltada – os meliantes deixaram uma arma junto a foto do filho, como ameaça. A sua mulher também foi alvo de uma tentativa de atropelamento. Como em outros casos, a realidade tenta sempre imitar a ficção. Mesmo que seja na Bolívia.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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