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Um deputado social-democrata moderninho diz que a nova lei do divórcio é «uma inovação» no País face à legislação europeia. Pode ser. Mas o espírito das leis é uma coisa – e a aplicação é outra. O legislador (o Parlamento, enfim) devia pensar no assunto em vez de aprovar leis feitas para um mundo ideal onde habitam pessoais ideais e em condições ideais. Nunca é assim. As pessoas concretas, os seus problemas e a maldade habitual acabam por lutar contra as leis para serem mais felizes ou aproveitar-se delas para passarem adiante. Pode ser que eu esteja a ser conservador mas não tenho medo da palavra; simplesmente, basta imaginar divórcios litigiosos concretos (agora exterminados por diploma) para perceber que quem vai sofrer são os mais fracos. Neste caso, as mais fracas.
Da coluna do Correio da Manhã.]
O Expresso desta semana tratará o caso demográfico português: «Pela primeira vez em 90 anos houve crescimento negativo na população portuguesa: em 2007 morreram mais pessoas do que nasceram no nosso país.» Nada disso é estranho, mas a mim surpreendem-me sempre as «políticas públicas» que punem os que se abstêm de reproduzir-se abundantemente em favor das contas da Previdência. Houve uma tentativa, felizmente arrumada na categoria das iniciativas inúteis e pró-chinesas, mas prometem-se mais. Os portugueses não querem reproduzir-se; estão para gozar a vida.
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