Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Se calhar. Quem sabe?

por FJV, em 21.08.08

O alemão Tobias Unger acha que o jamaicano Usain Bolt está carregadinho de doping: «Na sua ilha fazem o que querem e não lhes acontece nada...»

Autoria e outros dados (tags, etc)

De volta.

por FJV, em 21.08.08

Filipe Nunes Vicente deu por encerrado o período de reflexão. Já escreve, de novo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tags:

Olímpicos.

por FJV, em 20.08.08

Não acredito que «a questão das medalhas» se resolva com investimento e mais dinheiro do Estado, que participou com 15 milhões de euros na aventura olímpica deste ano. A questão é, no nosso caso, sobretudo escolar (basta fazer contas, no secundário, a quantos estudantes participam em actividades desportivas concretas e regulares). Não é um problema de dinheiro, de sapatilhas e de fatos de ginástica. É, antes, da fábrica que falece ao desporto: ambição, discrição, mas também público e promoção. E do desaparecimento da grande escola de fundo e meio-fundo, que muito deve entristecer o Prof. Moniz Pereira.

Fora isso, Portugal raramente se apaixona por modalidades (no sentido em que os argentinos acompanham o rugby e o hóquei em campo, paixões nacionais) – além do futebol, que está cada vez mais longe de ser um desporto, e do Maradona, que é uma referência. O último exemplo foi o rugby, quando descobrimos que uma série de rapazes (logo desvalorizados porque eram do Restelo e de Cascais) estava a competir entre os melhores e sem medo de perder. Emoções dessas fazem parte do ambiente de formação de atletas, como acontecia antes com o hóquei e mais tarde com o atletismo. Basta ver este exemplo do provincianismo lusitano num país que não enche os estádios.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Uma amostra.

por FJV, em 20.08.08

Recomendo esta pequena amostra de interesse olímpico português recolhida pelo Pedro Sales.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Com sabor a pequena vingança.

por FJV, em 20.08.08

Já me esquecia do triunfo da Argentina.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Escrever em quartos de hotel.

por FJV, em 20.08.08

O Rui Bebiano publicou um post sobre quartos de hotel – ou melhor, sobre o que está em desuso nos quartos de hotel. O Rui fala de «papel e envelopes timbrados para escrevermos cartas, e até, como me aconteceu há dias numa cidade do norte, folhas de papel mata-borrão». Acontece que escrevo cada vez menos ao computador e cada vez mais em cadernos e blocos (ou em folhas soltas); e, ao contrário do que o Rui sugere («à excepção de certos dirigentes do CDS, ninguém se sirva já em viagem de canetas de tinta permanente») eu escrevo com canetas de tinta permanente, as três cada vez mais inseparáveis clássicas (Waterman, Pelikan e Parker, nada de Montblanc).

 

 

 

É raro encontrar pessoas que escrevam com tinta permanente (mesmo não sendo «certos dirigentes do CDS...») e que não tenham sucumbido (ou, vá lá, não se tenham adaptado) à regra de escrever tudo no computador. Eu escrevia, sim – mas voltei atrás. Há um prazer raríssimo na caligrafia, no desenho da letra, na própria escolha da cor da tinta permanente (preto, azul ultramarino, azul escuro, sépia), na preparação do acto propriamente dito: o estojo com as canetas, os blocos ou cadernos, o cinzeiro e as recargas ou tinteiro. Curiosamente, foi num desses quartos de hotel que reaprendi a escrever à mão, com maiúsculas e minúsculas, sublinhando, desenhando setas, reenvios.

Um dia dirão que é anti-planeta gastar papel nestas coisas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Insistência.

por FJV, em 20.08.08

Ricardo Quaresma não é apenas um jogador do FC Porto – ele é um artista no meio do futebol de régua e esquadro que os burocratas querem promover a todo o custo. Inconstante, extravagante, mau-feitio – e muito perto do talento puro, o do bandoleiro que de repente começa a dançar no meio do relvado e consegue passes estranhos, trivelas fantásticas. Esse mau-feitio prejudica-o, tal como a ambição fora de tempo. Nada disso o impede de figurar no quadro de honra. Jogadores como ele sentem-se bem no palco da tragédia, que é o do jogo de vida e morte. É um prazer vê-lo jogar; basta dar-lhe um mínimo de confiança. No flamenco, ele é um bailador que também canta, ora a solo, ora em coro mesmo quando desobedece. Vê-lo escondido, no balneário, de castigo – é um desaforo que não mereço.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

A voadora.

por FJV, em 19.08.08

Não sou capaz de ter uma palavra de crítica para Naide Gomes. Eu gostava que aquele salto se tivesse transformado em voo. Uma pena.

Autoria e outros dados (tags, etc)

7.

por FJV, em 19.08.08

Não. Eu sou um dos que defende Ricardo Quaresma independentemente das razões do treinador. Quaresma é um artista que deve ser defendido e essas tretas do «grupo de trabalho» não me convencem. Aliás, viu-se. E repetiria tudo o que escrevi aqui: uma arte sobre o fio da navalha.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Controle automático.

por FJV, em 18.08.08

O Eduardo Pitta comenta uma peça do Público sobre a capacidade de o fisco detectar ilícitos fiscais através dos sinais exteriores de riqueza. A mim, o que pareceu obtusa foi a pergunta colocada pelo jornal aos dirigentes da administração fiscal; vejam o mimo: «Porque não há, nesse caso, um controlo automático de detecção de sinais exteriores de riqueza?» 

Não sei se se percebe o incentivo, mas, se ele existe, é perigoso demais para ser verdade. Controlo automático?

Autoria e outros dados (tags, etc)

A natureza da maldade.

por FJV, em 18.08.08

A maior parte dos comentários sobre a violência nos subúrbios de Lisboa divide-se entre a paranóia do medo e o ventriloquismo da «violência policial». São reacções de cães de Pavlov. Ontem, na rádio, um morador da Quinta do Mocho definiu as coisas com alguma grandeza: que há falta de respeito pela lei e que esta é a «natureza da maldade» (eu só lhe somaria a guerra surda em nome do tráfico). A descrição do assassínio de Marco Vaz, durante o fim-de-semana, fornece esse retrato com fidelidade. Os sociólogos da televisão transferem a realidade para os laboratórios e os deputados que falam da polícia como de um bando de assaltantes têm a casa protegida. Os pobres e os humildes são as principais vítimas da violência – da falta de respeito pela lei e da natureza da maldade. Sempre.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Declaração de interesses.

por FJV, em 18.08.08

Para que conste, o encontro com o Tomás foi a uns bons metros de altitude, mas maneirinhos, a fim de comer grão com acelgas, arroz de feijão e outros elementos onde havia hidratos de carbono e parcimónia de proteínas. A foto foi tirada pelo meu relapso companheiro de blog.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Evidências.

por FJV, em 18.08.08

O Tomás, com uma clareza meridiana explica o essencial que serve de carapuça à blogosfera vigilante: «Demarco-me de posições [...] quando não estou de acordo.»

Autoria e outros dados (tags, etc)

Estatísticas.

por FJV, em 18.08.08

O pobre conde de Gouvarinho (marido da mais injustiçada personagem da literatura portuguesa, a Sra. Condessa de Gouvarinho) protestava a meio do Chiado: «Quer a gente um ministro? Não há um ministro. Quer-se um economista? Não há um economista.»

Pois a pergunta é mais simples: José Sócrates anunciou ou não que Portugal criou «133 mil empregos líquidos desde o mês de Março de 2005»? Isso é mentira ou é verdade? «Quer a gente uma estatística fiel? Não há uma estatística.»

Resposta para o apartado. Mas esclareçam esta dúvida: criou ou não criou? Ou é da Jamaica?

Autoria e outros dados (tags, etc)

O cantinho do hooligan. Exactamente.

por FJV, em 18.08.08

Porto perde a Supertaça Cândido de Oliveira... mas promete uma boa prestação no próximo campeonato de danças latino-americanas dos Fenianos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Desporto olímpico.

por FJV, em 18.08.08

O desporto americano devia muito aos programas escolares e universitários, que formavam atletas disciplinados e com vontade de vencer. Com a crise da educação no seu auge e o clima de bagunça instalado nas escolas, os EUA perdem medalhas onde antes as ganhavam. Em Portugal, a escola detesta vencedores – acaba com o ensino da música, por exemplo, e não alimenta o desporto de rendimento desde a infância. Em outros países, o desporto é uma forma de promoção social – os jamaicanos, os quenianos e os romenos, por exemplo, trabalham para ser excepção e para terem um lugar no pódio. Uma coisa é fazermos dieta e irmos ao ginásio ganhar elegância para mostrar na praia; outra é alimentarmos a vontade de ultrapassarmos a mediania. Estamos a ficar sem ambição. Sem vontade de lutar.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O mal que a literatura faz à credibilidade, ou os ricos exemplos que dão, ou diz-me em quem confias.

por FJV, em 14.08.08

Espero que, ao contrário do que aconteceu com o caso do vereador Bexiga, os casos relatados aqui sejam investigados e que não seja preciso proteger a honorabilidade do Ministério Público e do corpo de seguranças da PSP para salvar a face de seja quem for.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Elogio da raça impura.

por FJV, em 14.08.08

 

Se há uma coisa digna no nosso “amor à raça” é misturá-la alegremente e sem grandes debates. Casámos bastante pelo mundo fora desde o século XVI – e a excepção cabe a períodos de decadência fatal em que ficámos reduzidos ao rectângulo europeu ou vivemos isolados dos outros. Os dados do Instituto Nacional de Estatística, por exemplo, dizem que os casamentos com imigrantes duplicaram nos últimos cinco anos, o que deve incomodar os “puristas da raça”. Ora, a “nossa raça” é impura, felizmente – como os nossos apetites e os nossos desejos. Camões, que serviu para ilustrar a ideologia da “raça”, pintou-nos dessa forma: ele sabia que a “nossa raça” era impura, imoral, e muito disponível para o que os especialistas em demografia chamam “cruzamentos”; não – é mesmo misturança.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Casai, casai.

por FJV, em 14.08.08

Segundo o CM de anteontem, a banca perde dois milhões de euros diários por dívidas incobráveis, o que significa oitocentos milhões anuais de incumprimento apenas por causa dos divórcios: os casais separam-se e as dívidas ficam nas mãos do banco. Há quem atribua esta situação à leviandade com que o governo e a sua maioria ‘facilitam’ o divórcio, tornando-o mais rápido e, até, ao alcance de apenas uma das partes do casal. É verdade. Mas o problema é, muito mais, a facilidade com que as pessoas se casam e se comportam como se fossem uma empresa cotada em bolsa. Se o casamento é um contrato civil, as partes devem ser responsabilizadas; se se trata de um contrato temperamental, os bancos sabiam o risco de aceitar ‘o amor’ (o quê?) como avalista. Ou achavam que bastava legislar?

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Vida & morte.

por FJV, em 11.08.08

Há histórias de vida & morte que nos surpreendem porque confirmam e, em simultâneo, desmentem as estatísticas. Esta, trágica, confirma que o género humano está doente; e desmente que um certo grau de instrução pode torná-lo mais decente. Vai agora a julgamento, em Coimbra, o estudante universitário de 28 anos, ainda no curso Engenharia Civil, que matou a ex-namorada a facadas (vem no CM de ontem), com “repetidos e muito violentos golpes”, segundo a acusação – Maria José tinha-lhe dito que não, que não queria namorar mais com ele. Um ano depois, o relatório dos psicólogos diz agora que António, o criminoso, sofria de “uma baixa tolerância à frustração”. O género humano não aprendeu nada com anos e anos de experiência. Torna-se apenas mais idiota e mais previsível. É assim.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.