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Passam hoje sete anos sobre a morte de Manuel Hermínio Monteiro. Notar sete anos de ausência significa que ele faz falta. Que nos faz falta, aos amadores de livros. Transplantado para Lisboa, onde passou a parte mais essencial da sua vida, foi editor (na Assírio & Alvim), professor, poeta, gastrónomo, amigo de poetas e de editores, figura visível do movimento literário da época – e viajante curioso e disponível. Lembro-me de Manuel Hermínio Monteiro a cantar boleros mexicanos e imagino uma biblioteca que se transforma em salão de baile no meio da montanha entre coisas essenciais que nunca o abandonaram: árvores, serras, livros, sombras, relâmpagos, memória oral, vegetação, personagens, amigos rodopiando. Recordo-o como um destino que passou entre nós, fazendo-nos falta.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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