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S. Pessoa.

por FJV, em 29.05.08

O António Manuel Venda descobriu uma aparição de Fernando Pessoa.

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Bafio e mofo. Parecem nomes de sopranos italianas.

por FJV, em 29.05.08

Se não fosse para ficarmos preocupados, podíamos rir com gosto: Ângelo Correia anunciou que a candidatura de Passos Coelho à chefia do PSD é uma “janela aberta”, que há-de afastar o “mofo” e o “bafio” – e deixar entrar “uma lufada de ar fresco”. É uma declaração e tanto mas, vindo de Ângelo Correia, tanto desejo de ventania dá vontade de rir, o que é uma pena. É como se António Calvário aparecesse a defender a renovação da música portuguesa. Depois da honrosa e notável entrevista de Passos Coelho ao CM, que indiciava uma respiração diferente no partido, o candidato teve o cuidado de receber alguns apoios fatais que podem garantir votos da máquina partidária mas que hão-de aprisioná-lo por largo tempo ao “mofo” e ao “bafio”, enquanto apresentam a conta.  É a vida.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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O voto de protesto.

por FJV, em 29.05.08

Houve anteontem muito burburinho sobre mais um artigo do Dr. Soares acerca da catástrofe que aí vem – e que só acontece porque não o ouviram em devido tempo, como de costume. Tal foi o burburinho que o PS teve de vir a terreiro dizer que os discípulos tinham essas mesmas preocupações do mestre, e que nem era preciso ele avisar – já sabiam as notícias. Soares diz que o voto de protesto (que irá parar ao PCP e ao BE, e mesmo ao PSD, que fala do social) faz falta ao PS nas eleições. Assim compreende-se a reacção do PS. Se o voto de protesto contra o governo dá votos, o partido fará campanha a bradar contra o Código de Trabalho, o esmagamento da classe média, as desigualdades sociais e a reforma da Saúde. Ou seja: estará nos dois lados das barricadas, de braço dado com o inimigo.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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A memória do mar.

por FJV, em 29.05.08

 

Para o Onésimo.

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||| O regresso do Dr. António Sousa Homem, 2.

por FJV, em 29.05.08

 

«Os livros de história pátria não deixaram de festejar os vencedores e os heróis do Mindelo, do cerco do Porto, de Angra e do teatro romântico. Portugal está cheio de derrotados que raramente mere­ceram atenção diante da hagiografia dos vencedores. Da desco­nhecida Dona Teresa, mãe do nosso primeiro rei, aos fidalgos que desafiaram o magnífico D. João II e por isso foram supliciados, pas­sando pelos assassinos de Inês de Castro, por D. Leonor Teles e pelo seu conde, ou pelos vícios bonacheirões do nosso trono — há por certo, aí algumas injustiças no juízo dos nossos contemporâ­neos, habituados ao heroísmo das vitórias e à queima de arquivos. Ora, de alguma maneira, o retrato de D. Miguel lembra-nos a virtude da derrota.
O velho doutor Homem, meu pai, assegurava que ninguém no seu perfeito juízo sabia mais do que três ou quatro fra­ses do discurso justificativo de José Acúrsio das Neves em defesa do Príncipe, e que provavelmente isso não teria importância porque as opções do passado não podem alterar-se dois séculos depois. O facto é que os homens não fortalecem o seu carácter colocando-se sempre do lado dos vencedores. Há uma estranha serenidade que só se adquire nas derrotas e, algumas vezes, na reclusão que deve suceder às humilhações. O nosso mundo não se compadece com esta filosofia despropositada - quer vencedores e, podendo, faz deles vencedores absolutos.
Por isso, quando enfrento o velho retra­to do senhor D. Miguel, na casa de Ponte de Lima, iluminado pela penumbra do Verão, fil­trada pelos freixos e pelas cortinas da família, penso que o mundo está bem feito. Não muito bem feito. Mas razoavelmente bem feito.»

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