Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nunca se devia dizer nada, nunca se devia chorar desta maneira. Torcato Sepúlveda, amigo de muitas horas, de muitas conversas, meu companheiro de tanta literatura gasta e por gastar, a voz, a fúria, a zanga, os livros, a memória de muitas páginas, o leitor amável, o leitor furioso, o céptico entusiasta, os bancos de jardim, o Jardim da Parada logo de manhã, os jornais, as estantes, os bares, as varandas sobre a planície. Nunca se devia chorar desta maneira a quem nunca se dirá adeus, adeus, adeus, mesmo que essa palavra exista, mesmo que essa palavra não exista lá, para onde vais.
O juiz conselheiro Almeida Lopes, ex-presidente do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto, foi ao tribunal onde se julga o “caso Felgueiras” e pôs tudo em pratos limpos: não há “saco azul” mas sim uma série de apaixonados da presidente da Câmara de Felgueiras, cheios de libido e de sentimentos humanos mas geralmente pouco atendidos pelos tribunais. Com as hormonas aos saltos, babando e cheios de ciúmes doentios, Horácio Costa e Joaquim Freitas ter-se-iam vingado de Fátima Felgueiras armando o processo que se conhece. Bom. Uma coisa é certa: Fátima Felgueiras veio ‘pin up’ do Brasil, mas nenhum argumento de Camilo Castelo Branco – que conhecia bem a região – é tão maravilhoso e suspeito como o denunciado pelo juiz amigo da autarca. O Minho guarda segredos deliciosos.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.