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Leiam o post de Fernando Sobral e sorriam à ideia da Europe's West Coast.
Eu gosto de Zeca Pagodinho. Gosto de samba cantado. De Mart'nalia, de Paulinho da Viola. E desta canção.
E não, não estou nada de acordo contigo, Pedro. Primeiro: duvido que Santana Lopes perdesse eleições contra Ferro Rodrigues caso o presidente Sampaio, como devia, as tivesse convocado logo na altura, em vez de poupar o PS; o eleitorado ainda não conhecia Santana. Segundo: o que foi penalizado nas eleições de 2005 foi sobretudo o comportamento de Santana Lopes durante o período em que esteve de primeiro-ministro e a sua campanha medíocre e cheia de gripe, com episódios tristes, como o dos «colos». Terceiro: a máquina de produzir reformas & ideias, acelerada por Santana Lopes, era perigosa, como se comprovou com os conselhos que LPM deu a Sócrates, e bem: caladinho, poucas propostas, ordem nas ruas e aulas a horas, tudo isso (lê a entrevista de Luís Paixão Martins na época; de mestre). Quarto: finalmente, Sócrates ganhou contra o discurso esquizofrénico das reformas, do drama e da tragédia que aí vinha.
Santana Lopes terá, até ao fim da vida, um problema com o PSD: nunca há-de acertar-lhe com o nome. Nem decidir se se trata do PPD ou do PPD/PSD, coisas que já não existem. A sua ideia de que Manuela Ferreira Leite devia abandonar a corrida à liderança do partido por não confirmar se votou nele em 2005, é mais do que peregrina – é genial. Mas, como quase sempre, Santana engana-se no alvo e no pretexto: ainda não descobriu por que razão o PSD teve tão poucos votos naquelas eleições, sendo ele um génio e um grande talento. Ninguém ignora que Santana vai agora a votos por puro ressentimento: contra Sampaio, que o demitiu; contra os militantes do PSD que não o aplaudiram (como Cavaco); e contra os eleitores, que lhe fizeram um manguito. Se for por isso, é uma batalha perdida.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
Dos 2200 processos de beatificação que ocupam teólogos e outros especialistas do Vaticano, 33 são de portugueses. O cardeal Saraiva Martins explicou ao CM que um desses processos (o da canonização dos beatos de Fátima, Francisco e Jacinta) não correu bem. Parece que o milagre que lhes foi atribuído “não se pode provar que seja um milagre”. Para os mais cépticos tratava-se de um caso de diabetes “curável com o tempo”. Basicamente, pede-se um milagre que seja mesmo milagre para poder avançar mais rapidamente com o processo. Sem querer, o cardeal, que é responsável pelas canonizações no Vaticano, lançou a dúvida fatal e o processo pode voltar ao princípio: à procura de um milagre que seja mesmo um milagre. É disso que andamos todos à procura, mas não necessariamente em Fátima.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
Periodicamente, ao longo do dia, interrogo-me sobre este magnífico pedaço de texto. Volto atrás e leio, decomponho em frases, palavras e orações. Dá sempre o mesmo resultado. É como se estivéssemos a falar com um dicionário de horrores. E volta o eco: «aprender e ensinar competências», «cenário estruturante e holístico», «desempenhos ajustados à exigência de uma sociedade global multidiferenciada», «saberes mobilizáveis», «conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos». Como foi possível que esta gente, com esta gramática, tomasse o poder e abusasse dele e da nossa paciência?
O padre José Gabriel Funes admite poder haver um planeta habitado por seres que não cometeram o pecado original. Evangelizar os extraterrestres é uma possibilidade. Sei que pode ser piada de mau gosto, mas enfim.
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