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Literatura sob alçada criminal.

por FJV, em 06.04.08
Ainda a propósito desta polémica, o oficial Jornal de Angola encetou uma campanha para a canonização absoluta de Agostinho Neto. Compreende-se. Mas neste outro artigo, sobre «Literatura e Identidade Política», a coisa vai mais longe, até ao «exercício de cidadania», depois «da “insolente” entrevista do Escritor José Eduardo Agualusa, sobre a poesia de Neto». Como preâmbulo não está mal: «Ao escritor importa narrar, verdades ou inverdades, mas cabe aos professores, intelectuais ou sábios ensinarem o que é verdadeiro, científico, afastando os embustes, malabarismos; e aos políticos servirem em nome do bem comum
A seguir, a canonização: «A escrita não pode servir para humilhar, banalizar, diabolizar os ícones, heróis, mitos, deuses ou divindades; Neto é Kilamba, kituta, kiximbi; sendo-o é intérprete das divindades aquáticas do Kwanza, é o antropónino de crianças que nascem com poderes especiais, segundo o antropólogo Virgílio Coelho (1989).» Note-se que «quem o ataca, ataca a razão da utopia – a Independência de Angola».
Mais adiante: «Exige-se respeito, veneração, solenidade aos heróis, escritores, mesmo quando os gostos estéticos diferem. É uma questão de temor reverencial, seja sobre Neto ou qualquer outro escritor que retrata da nossa identidade [...]

Chamo especial atenção para esta passagem, em que o autor (que ensina Ciência Política e Direito Público) pede a criminalização de José Eduardo Agualusa:

«[...] deve haver responsabilidade criminal e civil por estarem reunidos todos requisitos do ultraje à moral pública (ofendeu a moral cultural ou intelectual dos angolanos), previsto e punido no Artigo 420º do Código Penal. É preciso moralizar, sob pena de banalizar a figura mais importância da nossa memória colectiva contemporânea.»

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Rasteiro.

por FJV, em 06.04.08
Todos nos poderíamos considerar marcianos diante da arenga de Agostinho Branquinho (bem como de outros cavalheiros vigilantes) sobre a escolha de Fernanda Câncio para apresentar um programa de televisão. Nem um dos seus argumentos se entende, a não ser no domínio do puro ataque pessoal, que é o limiar da sem-vergonhice. Claro que há uma insinuação dúbia no ar, o que o impede de ser claro (e uma pessoa que não diz o que diz acaba por não ter qualquer tipo de relevância). De tudo isto resulta que se trata, afinal, de uma baixaria.

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O cantinho do hooligan. Eles não dormem.

por FJV, em 06.04.08

Além do título de tri-campeão, este foi um dos grandes momentos da noite nas bancadas. Eles não dormem, e espero que não esqueçam.

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