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Os liberais que desembarcaram na Praia dos Ladrões, na Areosa do Pampelido (ficaram para a história como os bravos do Mindelo), vinham dos Açores para libertar Portugal. Nas páginas da historiografia liberal, as ilhas permaneceram como uma espécie de reduto heróico de onde viria a redenção em momentos de crise. Depois da guerra civil e da ida de D. Miguel para o exílio, também os absolutistas encararam a hipótese de formar um exército para invadir o país a partir das ilhas; a dúvida é se o quartel-general seria nos Açores ou na Madeira. Para Alberto João Jardim não há lugar a dúvidas: é da Madeira que deve partir o exército para lutar contra a “candidatura do regime” de Manuela Ferreira Leite. Para o efeito, como acontecia a cada passo com os generais, os príncipes proscritos e até os sargentos de milícias, o líder madeirense já dirigiu uma exortação “às bases do partido e aos dirigentes patriotas”. É certo que ainda lhe falta o exército, mas o discurso é de graça.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
A notícia certamente que não explica tudo, mas o essencial é isto: a ASAE multou a Junta de Freguesia da Ericeira em sete mil euros por lesar o Estado ao “deixar de comprar combustíveis fósseis”, não arrecadando este “a percentagem de 50 por cento”.
Quia pulvis sum – cinza me cubra:
pó com pó, silêncio com silêncio.
E nenhum jejum me santifique,
nenhuma penitência me redima.
É melhor assim: que os meus despojos gerem
uma erva daninha, um vaga-lume,
e outra parte de mim ande no vento.
Sei os meus deveres, sou pontual e ordeiro.
Tomarei o meu lugar no grande carrossel.
Ninguém me acusará de falta de comparência.
Não será por minha culpa
que a roda perpétua parará.
A.M. Pires Cabral, As Têmporas da Cinza
[Cotovia]
Bagão Félix tem razão; ele queixava-se das leis laborais agora propostas pelo governo, que seguem a par e passo aquilo que o próprio Bagão Félix definiu quando estava no governo de direita. No mínimo, trata-se de um plágio; no máximo, estamos diante de uma traição. Na época, o PS (com o actual ministro à frente) fez ruído e, com o PCP e o BE, prometeu a revolução social, protestos na ruas e imolações nos sindicatos, com toda a esquerda à volta. Hoje, no governo, o PS não só não apagou a herança de Bagão, como até ‘dramatizou’ certos artigos da lei dos despedimentos. Ninguém de bom-senso vem para a rua queixar-se de o PS ‘não ser socialista’. A tentação socialista do PS, actualmente, é apenas 'fracturante & moderna', reduz-se ao aborto, à lei do divórcio, à ideia de que o povo é bom, e a pouco mais. António Costa dizia há uma semana que defender ideias de esquerda é bom quando se está na rua, mas muito aborrecido quando se chega ao poder. De facto, é a vida.
[Da coluna do Correio da Manhã.]A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.