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A Grande Colômbia.

por FJV, em 04.03.08
Como estava escrito, Chávez procurava um pretexto para foguetório. No caso, as raízes não estão apenas no «afrontamento» colombiano mas num motivo mais antigo, que é preciso buscar em pormenores fatais: Chávez declarou que o fundador da Venezuela, Francisco de Miranda, é um inimigo da pátria. Francisco Miranda limitou as aspirações imperiais da Grande Colômbia, que o «mandatário» sempre teve em vista. O seu «bolivarianismo» (que pouco tem a ver com o legado de Bolívar) prende-se com essa tentação imperial e imperialista, só que alargada agora, das Caraíbas aos Andes bolivianos.
Não se pense que esta encenação militar é gratuita ou folclórica; ela é o anúncio do que Chávez pode fazer um dia, não muito distante, alimentado pelo tardo-trotsquismo de Alan Woods ou pela doença infantil europeia da revolução permanente (desde que não seja cá). Alguma esquerda europeia vê em Chávez o herdeiro do bom revolucionário que, por sua vez, seria herdeiro do bom selvagem; Chávez não se atrapalha com essas considerações históricas -- a «crise colombiana» terá consequências internas graves.



Para compreender o fenómeno, recomendo a leitura deste livro fundamental, Del Buen Selvage al Buen Revolucionário, de Carlos Rangel, publicado pela primeira vez em 1976:
«O crucial é que a mentira não é só política, mas como diz Octavio Paz, constitucional, de maneira que quase nada do que temos feito ou dito, nós latino-americanos, tem espírito científico. Nas nossas formulações mais inteligentes, nos nossos actos mais sérios, costuma haver, deve haver algum grau de distorção, alguma acomodação à exigência social generalizada de que as coisas não sejam enfrentadas tais como são senão de forma que a América Latina não saia tão mal em relação ao resto do mundo e, sobretudo, naturalmente, aos EUA. No limite, essa constante cultural levar-nos-à a exaltar como heróis os que contribuem mais para o engano, e a desprezar como traidores quem tratou de dizer-nos a verdade.»

Veja-se, aqui, a reacção de Raul Baduel, que pode dar uma ideia do que pode ocorrer com o exército.
Documentos.

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Duas ou mais imagens por dia. Livros, 9.

por FJV, em 04.03.08


Livraria de rua, no Japão, em Tóquio. Fotografia de Carlos Vaz Marques.



A biblioteca do British Museum, Londres.

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A desgraça.

por FJV, em 04.03.08

O estado do PSD começa a dar pena – não é que ele não se mova; o problema é que quase tudo se encaminha para a catástrofe, repetindo a desgraça que foi a penosa campanha de Santana Lopes contra José Sócrates. Outros tempos. O primeiro passo foi a guerra contra as “elites”; o tema era justificável porque as “elites” estavam amodorradas, tinham empregos e preparavam-se para assassinar Marques Mendes quando lhes desse mais jeito e houvesse oportunidade de regressar ao poder. Até aí, compreendia-se. O segundo passo foi entrar na sede do partido e concluir que não bastava ganhar as directas e matar “as elites”; surpreendentemente, era preciso mais, mas Santana Lopes não é o suplemento vitamínico de que Menezes precisava. Como em muitas outras crises, o remédio são ideias, projectos, objectivos. Ouvindo bem o PSD, não se descortina um. Há umas frases. Algumas delas têm sujeito, predicado e complemento directo. Mas vendo bem, referem-se sempre a coisas diferentes.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Duas ou mais imagens por dia. Livros, 8.

por FJV, em 04.03.08

Fotografia de Amanda Norman.

The Pier Bookshop, Morecambe, UK.



Daunt Books, Marylebone High Street, Londres.

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