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Se porventura fosse necessário lembrar (e talvez o seja às gerações mais novas) que José Cardoso Pires foi um dos maiores prosadores portugueses do século XX, a publicação de Lavagante (pelas Edições Nelson de Matos) seria um excelente pretexto.
Desde as primeiras linhas desta novela curta, escrita provavelmente entre 1963 e 1968, sente-se o estilo inigualável de Cardoso Pires, o desenho rigoroso das personagens (aqui, uma fabulosa Cecília), o levantamento de ambientes e situações que de modo tão intenso marcaram toda a ficção do autor.
Lavagante (retrato dos tempos do Estado novo) fica, para já, como o primeiro grande acontecimento editorial de 2008.
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