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Não se trata de profissão de fé, mas dados os testemunhos mais ou menos públicos de toda esta gente envolvida, parece evidente que a maior parte das acusações vai cair por terra. O «caso Bexiga» é central e constitui um deslize monumental. A ver vamos. É o que acontece quando a justiça se move por profissões de fé.
A ministra da Educação garante que o decreto sobre o novo regime de autonomia e gestão escolar vai proporcionar “uma maior abertura ao exterior”. Precisamente o que eu temia. Exactamente aquilo que o leitor deve temer. Esta anunciada abertura da escola aos “agentes da comunidade local”, como pais, autarquias e “outros agentes” é muito perigosa. Já acho duvidoso que a gestão das escolas possa albergar pais e autarcas; o seu limite deve ser, apenas, uma espécie de conselho consultivo. Mais nada. A ideia de “abrir a escola à sociedade”, muito certinha, não quer dizer absolutamente nada. Penso, aliás, que a escola já está “aberta” demais à sociedade, que a enche de lugares-comuns, erros ortográficos, sintaxe de 'sms', discursos sem nexo, e vários elementos de distúrbio. A democracia, que transformou as escolas em “estabelecimentos de ensino”, uma espécie de “fábrica de cidadãos” em regime industrial, ainda não se desfez da ideologia que a conduziu ao desastre.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
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