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O que é o optimismo histórico.

por FJV, em 21.02.08
Essencialmente, pode ser o discurso da eurodeputada Assunção Esteves no Parlamento Europeu (via) a propósito da aprovação do Tratado; citemos: «uma humanidade sem fronteiras», «sonho de uma justiça global», «um direito cosmopolita entranha a história da União Europeia», «vontade moral que se instalou nas instituições e transformou os velhos paradigmas da política», «a razão como critério», «a soberania dos direitos, em vez da soberania das fronteiras», «marcha para uma democracia de larga escala», «[o Tratado de Lisboa] quebrou a hegemonia legislativa da Europa dos Governos», «mais política e menos burocracia», «uma Europa pós-nacional está já a nascer», «Babel construirá a sua torre».
Valha-nos São Cristóvão, santo protector contra os pesadelos.

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A guerra interna.

por FJV, em 21.02.08
Ontem falei ‘da guerra interna’ no PSD. Referia-me a outra mas esta serve – os dirigentes vão, na sequência do ‘caso Somague’, pedir uma auditoria às contas do partido desde 2001. Podemos perguntar-nos sobre o limite dessa auditoria: porquê a partir de 2001, o ano do 11 de Setembro? Por imperativos fiscais? Porque o ‘caso Somague’ é dessa altura? O mandato de Durão Barroso ia a meio – tinha sido reeleito no ano anterior contra Mendes e Santana, que viriam também a liderar o partido. Sou adepto das teorias da conspiração: o que Ribau Esteves e Menezes querem é liquidar três ex-líderes com uma só auditoria. E por que razão utilizo a palavra “liquidar” quando poderia usar “ilibar”? Podia ser pelo tom usado por Ribau Esteves. Podia ser pela franqueza de Menezes (“independentemente de o PSD ser só um, este meu PSD não tem nada a ver com isso”). Mas não só. É pelo ressentimento. O ressentimento que está a devorar o PSD. É uma história de vinganças. Vai longe, vai.
[Na coluna do Correio da Manhã.]

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Yes, we can.

por FJV, em 21.02.08
Parece que o primeiro-ministro, ao que diz a imprensa, se inspirou em Barack Obama para alguns novos slogans. Não admira; eles são bons e Obama sabe utilizá-los a preceito. Com Tony Blair, na altura, aconteceu a mesma coisa. Obama, ao contrário de Blair, não é apenas a coqueluche da esquerda europeia – é o novo príncipe do eleitorado em geral. Arrancou do zero, chegou onde está transportando um novo entusiasmo na América. Sócrates cita os bons exemplos mas tem um problema: o tom. Não basta traduzir o slogan, é preciso interpretá-lo e, no caso, assegurar que o entusiasmo corresponde a uma nova circunstância. De contrário, é apenas a nova legenda de um filme em repetição. Dizer "sim, nós vamos conseguir" ou "nós podemos" não quer dizer absolutamente nada nesta fase do governo de Sócrates – é uma expressão digna para o arranque de uma legislatura, mas, bem lá no fundo, é apenas uma frase copiada. 

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