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Hi5.

por FJV, em 15.02.08
Três milhões e meio de portugueses conheceram-se na internet através do Hi5. Parece-me um manifesto exagero, mas é muito provável que seja verdade. Os portugueses gostam de si mesmos, mas à distância. Quando estão próximos uns dos outros tendem a considerar que a ficção é muito melhor do que a realidade. A estatística apenas me surpreendeu porque passei algum tempo a imaginar o que dirão, uns aos outros, esses três milhões e meio de portugueses; na maior parte dos casos não conhecem o cheiro uns dos outros nem o tom de voz (se é estridente ou amável), nem as mentiras que as pessoas dizem normalmente. Pela internet, no Hi5, conhecem uma fotografia, uma biografia melhorada e os erros ortográficos uns dos outros. Se pensarmos bem, é uma revolução porque corresponde a quase um terço da população. Antes do Hi5 estávamos sós, irremediavelmente sós, sem comunicação, ignorando-nos? Ou já nos conhecíamos mas preferimos a internet porque, ao perto, somos insuportáveis?
No Correio da Manhã de ontem.

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Notas soltas.

por FJV, em 15.02.08


A questão não é o Metro de Londres ter proibido a afixação de um determinado cartaz nos seus corredores; a questão é que esse cartaz transporta consigo uma pintura da autoria de Lucas Cranach, o Velho, que também pintou o austero Lutero ou a seráfica imagem de Jesus Cristo. Quinhentos anos depois, os bigodudos do Metro de Londres proibem uma pintura de Lucas Cranach com medo de ofender os passageiros multiculturais que andam nas suas carruagens – essa é a notícia. Por que o fazem? Por medo. Por medo e pouca vergonha. O medo é, neste caso, vergonhoso, porque acha aceitável a reacção de gente que pode achar blasfema a pintura que Lucas Cranach compôs há quinhentos anos e que a Royal Academy exibirá a partir de 8 de Março. O medo instalou-se nas nossas ruas e nas nossas casas. Já não basta temer as ofensas que se causam; é preciso prever que alguém se ofenda e apedreje as nossas ruas e as nossas casas. Mais do que uma vergonha, é uma filha da putice. Assim mesmo.

No Correio da Manhã de hoje.

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Correntes de Escritas.

por FJV, em 15.02.08


Depois de mais um dia de literatura, imagens que recompensam.

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Acordo Ortográfico, o debate na Casa Fernando Pessoa.

por FJV, em 15.02.08
Para quem gostaria de, mas não pôde, ter estado presente no debate sobre o Acordo Ortográfico realizado no passado dia 21 na Casa Fernando Pessoa, está aqui o essencial, em som e em duas partes, conforme a emissão do Escrita em Dia (quartas, às 23h12). Participaram Vasco Graça Moura, Ivo Castro, Malaca Casteleiro, Nelson de Matos e José Eduardo Agualusa. Moderação e resumos de Carlos Vaz Marques. Versões wma: 1ª parte (47'33'')  (realplayer e mp3) |||  2ª parte (47'30'') (realplayer e mp3).

Ainda neste site pode ouvir as entrevistas com Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes (Booktailors & Blogtailors) e com Miguel Gullander (o autor de Perdido de Volta).

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Os livros que não esqueci.

por FJV, em 15.02.08
Queria ter escrito com mais tempo sobre a magnífica lição que José Medeiros Ferreira nos deixou, anteontem, na Casa Fernando Pessoa; cansaço, viagens, etc., impediram-me de contar como ficámos (os que assistimos) comovidos e divertidos com as confissões de José Medeiros Ferreira nessa evocação pessoal dos seus livros. Aqui, João Gonçalves diz o que se deve dizer em poucas linhas sobre o assunto, com rigor bastante, mencionando subtileza e inteligência. Isso mesmo.

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