Ora aí está como o PGR deita tudo a perder num momento de desvario: diz Pinto Monteiro que a simples existência de processos já é um sinal positivo. Não é verdade. A simples existência de processos é um dado estatístico nos tribunais; a quantidade de processos mal instruídos, a falta de provas, os recuos na acusação por falta de materiais, acusações ridículas que caem pela base, enfim,
tudo o que se está a ver, isso sim, é muito mais prejudicial para a justiça do que a ausência de processos. Quando o apito dourado cair por terra, ou quase, como caiu o caso do vereador Bexiga, veremos se isso foi benéfico para a justiça e para a imagem que os cidadãos têm da justiça.
Aliás, custa a crer que haja responsáveis que, publicamente, confirmem
esta tese: a de que há um preconceito na acusação, que pode vir a ser fatal para todo o inquérito. O PGR colocou-se, voluntária ou involuntariamente, ao lado daqueles que da justiça apreciam apenas o foguetório e a lamechice. Muito mal.