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Distracções ou a mania de legislar.

por FJV, em 17.01.08


Vem hoje a notícia, no Correio da Manhã: sobre a possibilidade de as brigadas anti-dopagem poderem entrar em qualquer ginásio (repito: qualquer) e poderem ter acesso aos cacifos dos seus utilizadores (repito: todo e qualquer cliente dos ginásios) e obrigá-los a fazerem exames mesmo contra a sua vontade. Pareceu-me absurdo abrir os cacifos para controlar nandrolona, marijuana, ibuprofeno, aspirinas e objectos pessoais. Daí até poderem entrar em nossas casas, ia um passo bastante curto. Mais; além de me parecer absurdo, tratava-se, realmente, de um absurdo, um inequívoco abuso da autoridade do Estado e da entidade policial encarregue da dopagem que se disponha a controlar os ginásios, «sem pré-aviso», como dizia o documento, e sem distinguir indivíduos.
Informação oportuna que é preciso dar: alertado ao fim da manhã, alguém obrigou o texto a mudar-se, introduzindo o bom-senso que se exigia (trata-se de combater a dopagem de atletas federados e de controlar a venda de esteróides, um negócio semi-clandestino de milhões, e com o qual a Direcção-Geral de Saúde já se poderia ter preocupado, em vez de andar a fazer figuras tristes). De facto, não se esperava um projecto de lei tão insensato por parte de uma equipa (a de Laurentino Dias) que tem sido, justamente, sensata. Mas é a prova de que não se podem deixar os legisladores à solta, sobretudo os que se ocupam de apresentar propostas sobre propostas sobre propostas em série. Porque, por vontade deles, mudavam o mundo todas as semanas. Por decreto. E andávamos todos felizes e ordeiros.

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Ao natural.

por FJV, em 17.01.08
O Público, que já tinha no seu grupo de blogs o imprescindível  De Rerum Natura / Sobre a Natureza das Coisas, conta agora com o Ciência ao Natural, de Luís Azevedo Rodrigues. Sobre isso mesmo, história natural.

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Livraria Lello.

por FJV, em 17.01.08




O The Guardian classificou a Lello, no Porto, em terceiro lugar na lista das mais belas livrarias do mundo. Em primeiro lugar, esta, a de Maastricht; em segundo lugar, a Ateneo de Buenos Aires; e em terceiro a Lello.
[Foi o José Mário Silva que deu a notícia entre nós, claro.]
Fotos de António Oliveira e Zé Zwigmar.

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Retratos que ficam.

por FJV, em 17.01.08



Uma coisa é o que pensamos sobre a vida e outra, diferente, é o que ela é. Eu recordo a Linha do Tua, como antes recordava a Linha do Sabor, ou a do Corgo. Viajei em todas elas, lembro as carruagens sujas e velhas, pintadas de verde, de azul e de laranja. Primeiro, acabou uma, depois outra e, finalmente, a do Tua (são essas fotos aí). Uma pessoa compreende os riscos de exploração financeira, o prejuízo nas contas da CP e da Refer, tudo. Mas, «inexplicavelmente», protesta. Tem pena desses retratos que ficam. Das noites em que o comboio se aproximava da estação do Tua (vindo de Bragança) e nunca se sabia se havia ligação na Linha do Douro. Das tempestades ao longo do Tua, naquele eixo que vai de Mirandela ao Cachão. Tal como tem pena das cerejeiras no planalto do Carvalhal, Felgar, Carviçais, quando havia comboio até Duas Igrejas. Ou dos vales de Curalha, no Tâmega, de Carrazedo, no Corgo, da passagem do Alvão. Uma pessoa compreende, mas tem pena.

Ver continuação de conversa com o João Villalobos e o Rui Vasco Neto.

Fotos de Aníbal Gonçalves, Nuno Antunes e António Amorim.

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Eurojust.

por FJV, em 17.01.08
Leio, nos jornais, declarações do representante português na Eurojust, J. Lopes da Mota. A Eurojust tem por objectivo «incentivar e melhorar a coordenação das investigações e dos procedimentos penais» na luta contra a corrupção, e o representante português é o seu presidente desde Novembro de 2007 (onde estava desde 2002). Ora, nada contra. Mas uma pergunta deve ser feita: o que tem isso a ver com o caso Fátima Felgueiras?

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