O governo decidiu Alcochete depois da pressão da opinião pública e da guerra de lobis. Parece-me bem ou, pelo menos, ajustado. Fazer disso uma grande vitória da oposição é ridículo. A política real desapareceu nos últimos tempos, soterrada pelos escombros da ASAE, da lei do tabaco ou de outros epifenómenos a que é preciso dar importância. A guerra do BCP é um enredo da luta pelo poder, mas parece-me assunto. Se falamos do bem público, custa-me a acreditar que ninguém pestaneje quando se fala das reformas de 400 euros aumentadas em uns euros. O secretário de Estado apareceu a falar da distribuição duodecimal sem pestanejar, e é um exemplo de como a indiferença toma conta de toda a gente. Umas coisas arrastam as outras e vai haver empregos em Alcochete e no Tejo daqui a um ano, aproximadamente, o que significa que as estatísticas vão mudar. Umas coisas arrastam as outras. Só que algumas delas são pequenas janelas abertas sobre o deserto, e este não é o da margem sul.